sábado, 8 de novembro de 2014

ELES ACREDITARAM. NÓS, TAMBÉM! OU O FEITIÇO QUE VIROU CONTRA O FEITICEIRO.

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

“Quer você acredite que possa realizar alguma coisa ou não, você estará certo!” (Henry Ford)



Após o gol de empate no final do primeiro-tempo, eles acreditaram que poderiam virar e se classificar. O pior é que nós também acreditamos na mesma coisa. O resultado foi um time vibrante de um lado, em sinergia com sua torcida, enquanto do outro um grupo acovardado, com o treinador perdido em substituições inexplicáveis e com a bola queimando os pés dos jogadores. Tudo dava certo para eles e errado para nós. 

O irônico é que fomos vítimas naquilo que somos mestres. Nosso feitiço se virou contra nós. Quantas vezes nossos gritos vindo de cima não empurraram o time #ParaCimaDeles,Mengo? Quantos sapos em campo não foram transformados em príncipes ungidos pelo Manto Sagrado? Quantos adversários não ficaram acuados em sua própria área tal qual sparrings encolhidos nos cantos dos ringues sob pressão de nossa inflamada torcida? Quantas partidas os torcedores, com seus gritos de confiança, não conquistaram para o clube? Quantos milagres não presenciamos no Maraca? Em quantas oportunidades acreditamos quando ninguém mais acreditava, nem mesmo os próprios jogadores, até ele entrarem em campo e na sinergia com a arquibancada fazerem o impossível acontecer? 

O segundo-tempo daquele fatídico jogo teve toda a cara de Flamengo, de Maracanã, mas infelizmente, tudo aconteceu de forma inversa. O medo de perder estava conosco e a confiança no feito improvável, neles. 

É fato que o atual time do Atlético é melhor do que o do Flamengo. Porém, com todas as nossas limitações imagino que ninguém tenha dúvida de que teria sido possível passar para a final. Afinal, estivemos muito próximos dela. Pela maneira como tudo transcorreu, a surpresa acabou sendo a nossa eliminação. 

Como ensinam os manuais de autoajuda, tudo que um sonho precisa para ser realizado é de alguém que acredite que isso seja possível ou acredite em si próprio e chegará o dia em que os outros não terão outra escolha, senão acreditar com você. Ou como Alice no País das Maravilhas: a única forma de chegar ao impossível, é acreditando que é possível. 

Crenças nascem do empirismo, da compreensão que temos sobre nossas experiências e em um efeito cíclico vão moldando nossas experiências futuras. Vemos essencialmente o que acreditamos. Vivemos conforme cremos. 

É natural acreditar em algo que acontece de forma recorrente. Se um raio cai duas vezes no mesmo lugar, há algo a mais do que coincidência. Há algo atraindo o raio. O que dizer de 4 vezes? Pois por quatro vezes esse time do Atlético reverteu um placar adverso de 2 a 0. Na quarta, fomos a vítima. Mas, para que isso acontecesse, tanto eles quanto nós primeiro acreditamos na existência do para-raio. Esse comportamento mútuo moldou o segundo-tempo daquele jogo. De um lado, a confiança na classificação. De outro, o medo de perdê-la. 

É fácil para quem é Flamengo entender essa dinâmica. Difícil é aceitá-la contra nós. Esse é o nosso feitiço. Essa sempre foi nossa magia, a nossa mística. Nós fazemos a hora, fazemos acontecer. Porém, dessa vez, nosso time acreditou na crença alheia. Assim, não sonhamos nossos sonhos, mas o deles e o pesadelo se tornou real. 

Quando a mente se abre a uma nova ideia nunca mais volta à forma anterior. Que essa experiência nos sirva de lição. Que saibamos que o medo de perder elimina a vontade de vencer. Que tenhamos a noção de que resultados não devem ser garantidos, mas sim conquistados, alcançados. Que um time de massa não tenha medo da pressão de um estádio. Que a diretoria priorize a montagem de um time atraente e competitivo capaz de gerar renda suficiente para autofinanciar o investimento a ser realizado. 

Mas, eu juro que, no pior momento, vou te apoiar até o final. Somos grandes também porque aprendemos a nos levantar. É hora de juntar os cacos e seguir adiante. Não compactuo com a ideia de que o nosso objetivo fosse apenas o de fugir da confusão. Metas precisam ser desafiadoras, relevantes e estarem à altura de nossa capacidade. 

Ousar sonhar, ousar viver. Sonho sim com um feliz 2015, rubro-negro, com um time que honre o manto, que tenha metas grandiosas, digna de nossas tradições e do tamanho de nossa torcida. Mas, não me permito, como Flamengo que sou, ver apenas o tempo passar. Ainda havemos de conquistar. Há batalhas a serem enfrentadas e desejos a nos inspirar ainda neste ano. 

Um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado junto é o começo da realidade. O verdadeiro projeto ainda está matematicamente ao nosso alcance. 

Se as coisas são inatingíveis… ora! Não é motivo para não querê-las. Se não se tornar possível, ao menos teremos o orgulho da dignidade de termos tentado, de não fugir antes da guerra terminar. No mínimo, teremos mais inspiração para 2015.
De qualquer modo, se há esperança, #EuAcredito!


 FLAmém!