sexta-feira, 30 de abril de 2010

A Grande Batalha



Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

Os urubus estavam agitados, o vôo deles era irregular e demonstrava nervosismo. Alguns, inclusive, passaram os últimos dias pousados, parecendo alheios ao que acontecia ao restante de seu grupo.


Já os gaviões planavam “em céu de brigadeiro”. Seus movimentos transpareciam tranquilidade e serenidade. As coisas pareciam correr bem para eles.

Assim era o clima que antecedia “A Grande Batalha”, como vinha sendo chamado o confronto entre as duas espécies de aves, consideradas como titãs dos céus. Todo reino creditava favoritismo nesse duelo aos falconídeos, mas ninguém ousava dar os abutres como mortos antes do tempo, afinal, no passado, já haviam dado prova de sua extraordinária capacidade de recuperação.


Bem acima, lá no céu, São Judas Tadeu caminhava exausto. Encontrou um banco nos jardins celestiais, apoiou sua machadinha e se acomodou. Ao olhar o horizonte dos verdes campos do paraíso observou um cavalo vindo em sua direção. Era São Jorge! Rapidamente o Santo Guerreiro se aproximou, saltou do cavalo e sentou-se ao seu lado. Estranhamente, parecia aflito.


- Coé, mermão! Esta semana tá mó brabeira pro meu lado, falou São Judas Tadeu em seu inconfundível carioquês. Posso apostar que foi inveja! Jogaram muita energia negativa sobre meus urubus, só porque voltaram a voar alto.


- Orra, meu! E os meus gaviões que são incapazes de ver um pouco adiante, se sentem sossegados e felizes só porque venceram as últimas disputas, mas nem se tocaram da fragilidade dos adversários que enfrentavam. Nada pior para um santo do que o trampo de defender seus protegidos de urubus dispostos a darem a volta por cima. Respondia São Jorge em seu paulistês.


- Acho que tudo começou naquele nosso último acordo no fim do ano passado, tá ligado?


- Ô loco, meu! Refere-se ao trato na última disputa entre urubus e gaviões? Quando permiti que minha principal ave de ataque, o Fofão, se machucasse? Não estou einteindeindo! Será que não viram que ali estávamos fazendo um bem, principalmente, a ele. Todos sabem que fora criado por urubus e só se tornou um gavião por ter um fraco por publicidade? Aliás, bem pensado....

- Péra aeeeh! Em que está pensando, brô? Já não vê que estou exausto?


- Que tal repetirmos o acordo e tirarmos o Fofão da batalha logo no começo? Assim, igualaríamos as chances. Seria mais justo.


Foi quando S. Pedro apareceu furibundo, sem nem ouvir que São Judas Tadeu havia recusado prontamente tal “oferta”, verdadeiro presente de grego e esbravejou:


- Jorge e Judas Tadeu.... Novamente vocês dois confabulando. O Chefe mandou-me aqui para verificar o que está acontecendo. Já tomei minha decisão. Mandarei chuva forte e, deste modo, impedirei de ocorrer o que porventura estejam combinando.


E assim foi feito.... E começou a batalha. Na verdade o tempo dela é que transcorria, pois com tanta água era impossível voar. São Judas Tadeu preocupado foi procurar ajuda de São Jorge para convencer São Pedro a parar de mandar água.


- Ô Jorjão..., como a batalha começa nos nossos domínios, anulando-a, automaticamente, os gaviões terão vantagem. Precisa me ajudar a convencer Pedro a mudar de atitude em nome da justiça, que sabemos deverá sempre ser soberana.


- Está certo, mas se queres realmente justiça, exijo que permita que haja um desfalque em seu bando. Tire um urubu para compensar o fato dos gaviões terem que manter o Fofão!


- Já é!


Assim, em um passe de mágica, o Michael, um urubu que costuma só rodopiar pelos céus, com pouca objetividade, escorregava, perdia o vôo e atingia deslealmente um gavião, sendo afastado da batalha. Com o equilíbrio restabelecido, ambos garantiram a Pedro que deixariam a Batalha transcorrer normalmente e a chuva, desta forma, diminuiu.


No fim, os urubus venceram a primeira batalha, tendo sido o ataque vitorioso comandado pelo Urubu Imperial, que vinha mostrando-se desanimado ao longo do ano e agora, pelo menos, conseguiu mostrar o verdadeiro espírito de sua raça. Nova batalha está prevista para próxima quarta-feira, porém dessa vez, será disputada nas bandas dos gaviões.


Após, o duelo, São Jorge aproximou-se de São Judas Tadeu e, aliviado, exclamou:

- Doce derrota! Os gaviões estão chateados, mas não enxergam que se não fosse pela santa chuva teriam sido exterminados aqui mesmo. Assim, terão ainda mais uma chance. Vou bater uma chepa porque esta semana promete ser de trabalho....


São Judas Tadeu, olha seus urubus, volta a ver o brilho de guerreiro em seus olhos e, sorrindo, canta:
ÔÔÔ, o ururbu acordôôô......

Bi da Libertadores,
Eu Acredito, e você?

FLAmém!

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