quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

NA RELEITURA DE 2010, A ESPERANÇA DE UM 2011 FLABENÇOADO!

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

2010 começou cheio de expectativas. Repleto de sonhos! A fase era ótima. O ano realmente prometia. Não era à toa que nosso teólogo-mor, Dom Arthur Muhlenberg, bradava nos sermões lá no Urublog:
"2010 tá pintando cheio de perspectivas, provocando nossas mais altas aspirações. É assim mesmo que tem que ser, pra ganhar alguma coisa a gente primeiro precisa querer muito essa coisa. Então vamos com toda a nossa força em direção aos nossos objetivos selecionados."
E a seleção do Arthurzão não era pequena: Eneadecacampeonato das Taças Guanabara e Rio, Tetra Carioca, Bi da Libertadores e do Mundial e Hepta Brasileiro. Estava de bom tamanho, não?

Mas, logo no primeiro desafio, a Taça Guanabara, tropeçamos justamente em nosso novo tri-freguês. O ano começava a mostrar sua face nada normal. No entanto, perdemos em um jogo onde fomos melhores que os chorões durante a partida, como pregou o CorVo lá no FLA6:
"O Flamengo pressionou o Botafogo quase o jogo inteiro, as chances dos alvinegros foram bem poucas, mas eles aproveitaram melhor e concluíram duas vezes para o fundo da rede. O Flamengo jogou bem melhor do que o Botafogo, mas como futebol as vezes é injusto, perdemos."
 A derrota não chegou a nos abalar. Afinal, o ano estava apenas começando. Naquela altura todos nós tínhamos absoluta convicção de que nos recuperaríamos. O pastor rubro-negro Pedro - o Perna - no alto de seu púlpito lá no FLAcanagem demonstrou a certeza que era de todos nós:
"Agora vamos esquecer o leite derramado e focarmos no que realmente interessa, Taça Libertadores das Américas, isso sim é torneio digno de respeito e preocupação para nossa nação gigantesca e envolvente."
Pronto! Já havia novas razões para ficarmos otimistas. Ainda mais que vencemos nosso primeiro confronto na Libertadores. Um outro pároco rubro-negro, agora o do FLAmizade, Raul Nicácio, assim pregou na ocasião:
"(A Libertadores) Finalmente começou e começamos bem. A competição mais esperada do ano para nós começou e iniciamos com uma vitória, uma boa vitória."
Porém, começamos a tropeçar também na Libertadores e antes de sabermos se iríamos ou não para a segunda fase, fomos novamente derrotados pela cachorrada. Botafogo campeão carioca! O Inacreditável ocorreu! Obviamente que perder um campeonato para um freguês causou revolta na Nação. Pois lá de Curitiba, via FlamengoNet, assim reagiu o Alex do TRIplex, ao não se transformar em TETRAplex:
"Não consigo diminuir o peso da derrota, minimizando por se tratar apenas de um estadual. Havia um titulo em disputa, qualquer que seja a dimensão que queiram dar a essa conquista nesse momento. Seja importante ou não mais um Carioca, perdemos. Isso tem um peso."
Pois é, perder não é algo natural para um Flamenguista! Porém, um rubro-negro não fica muito tempo por baixo. Assim, a raiva logo se transformou em esperança. O foco voltaria para a Libertadores. Na mesma semana da derrota no estadual teríamos um importante compromisso.  Após, degustar alguns cálices sagrados e extravasar toda sua revolta, Gustavo Brasília se iluminou e, em um "momento Madre Tereza", como autodefiniu, pregou direto do Buteco do Flamengo:
"Enquanto o post do jogo não vem, e como o post de hoje de manhã foi muito irado, carregando toda a indignação com o momento conturbado que o Flamengo vive dentro e fora das quatro linhas, resolvi trazer luzes mais claras ao Buteco com o objetivo de lançar energia positiva sobre o elenco para o jogo de amanhã. (...)Amanhã será um daqueles jogos em que precisaremos de energia positiva, luzes, boa vontade e esperança. Precisamos todos ser um pouco Madre Tereza para acreditar. Que o Flamengo alcance amanhã a luz no fim do túnel, com a benção de Deus e da Madre Tereza."
Mas, complicamos o que seria tranquilo. Novamente! Mesmo assim, apesar de tudo, nos classificamos para a próxima fase. Ultrapassamos a fase de grupo na Libertadores, graças a tropeços de outros. Não podemos reclamar da sorte. Foi sobre esta mistura emotiva pelo qual provamos parte de nossa fé que nos falou o mago Leo Magamon lá no Magia rubro-negra:
"Deixei pra escrever o post do jogo de ontem, só hoje, com a classificação assegurada. Durante 24 horas não consegui me concentrar em nada, não consegui pregar os olhos direito, não trabalhei em paz. (...)Ainda cabisbaixo fui trabalhar hoje pela manhã e resolvi assistir o DVD do Hexa no carro, vi metade na ida, e a outra metade na volta. Me peguei descendo o Alto da Boa Vista com o volume no máximo chorando e cantando o hino."
E continuou dando a receita para momentos de desespero:
"Não há tristeza que apague o nosso orgulho galera, quando qualquer pensamento ruim sobre o Mengo vier a cabeça, corra e veja um vídeo, ouça o hino, leve consigo a pílula da felicidade, leve um mp3 no celular com o hino e toque, leve um São Judas Tadeu na carteira e peça para que te tranquilize, pare no meio do transito, abra as janelas e grite MENGO!!!!! "
Entretanto, problemas em campo, apatia e perda de títulos não são características aceitas no Flamengo. Então, as cabeças começaram a rolar. E como sempre sobrou para o técnico. Andrade deixava o clube, porém acompanhado do Marco Braz. Mel, a doce pastora rubro-negra, muito bem sintetizou a opinião da galera em seu Manias e Notícias:
"Braz já vai tarde, já Andrade, é uma pena, fico realmente muito triste, mas acho que já não dava mais para continuar..."
Aí vieram o Rogério Lourenço e os jogos contra o Corinthians. Os urubus transformaram os gaviões em carniça. Logo eles, que eram favoritissímos segundo a imprensa comercial.  Os jogos contra os gambás foram abordados por André Monnerat com sua habitual análise equilibrada no SobreFlamengo:
"Não tem o que contestar: somando os dois jogos, o Flamengo foi melhor que o Corinthians e mereceu a classificação, apesar dela só ter vindo graças ao critério do gol fora de casa. O time correu muito, se entregou, marcou e, no ataque, soube ser sempre mais eficiente que o adversário, que decepcionou. com tanto invetimento e tantas contratações. (...) O que não quer dizer que o time não precise de acertos. Estes dois jogos, além de animarem time e torcida, tiveram também momentos ruins dos quais o técnico deve tirar lições. Valeu a classificação, mas já é hora de olhar pra frente."
O Brasileiro começava e com ele a esperança do hepta. No entanto, as atenções rubro-negras continuavam fixadas na Libertadores como bem avisou Dani Souto lá no Primeiro Penta:
"Hoje começa a grande jornada do Brasileirão 2010.  Em um jogo que o pessoal vai cheio de desfalque, Flamengo e São Paulo entram em campo hoje de olho na partida de quarta feira, na Libertadores."
No entanto, na fase seguinte dessa Libertadores, seríamos eliminados, em mais uma destas coisas que só acontecem com o Flamengo, pelo Universidade do Chile, perdendo em pleno Maraca. Outro acontecimento inacreditável. E no mesmo ano! O sacerdote rubro-negro, Fábio Gil, lá no Urubuzada teve precisão cirúrgica em seu comentário, (como sempre, aliás):
"Não estou feliz e sei que nenhum de nós está. O nosso maior amor, o Flamengo, novamente, está fora da disputa de uma Libertadores de América, competição com a qual sonhamos há tantos anos. Apresentamos um bom futebol na noite de ontem, apesar da pressão, da hostilidade, da permissividade do juiz. Mas o problema é exatamente esse: só jogamos ontem. Ficou notório que a desclassificação para "La U" deu-se no Maracanã."
Foi, então, em meio ao caos que voltamos a ter esperança (e que esperança), graças ao retorno do Zico, sendo que agora como dirigente. A fé em dias melhores foi exaltada em quase todas as pastorais rubro-negras. Estávamos todos "Com Zico, Pelo Flamengo". Vale relembrar as palavras do Tiago Cordeiro no FlamengoNet:
"O retorno de Zico é algo assim tão emblemático que faltariam palavras ao melhor dos cronistas para descrever o que significa. Se pensar em Flamengo é se pensar em Zico em um grau muito maior do que qualquer identificação de qualquer jogador com outra camisa. Porque é como se a cada grito, a cada gol perdido, a cada título que escapasse... a Torcida clamasse pelo retorno do nosso herói. Sim, herói. Porque Zico sempre esteve muito acima do que qualquer ídolo poderia. Sempre foi mais do que atleta, um gênio. E sempre foi muito mais do que um ídolo, foi um exemplo."
Porém, teve muita gente também prevendo que haveria chance de ocorrer um choque cultural/administrativo. Dentro desta linha destaco os avisos do FLAcó no FutiGol:
"Estava convicto que tão cedo o nosso Zico não iria assumir nada no Flamengo. Não pela sua competência como gestor e nem pelo tamanho da paixão dele pelo Mengão e da sua Torcida por ele. Minha convicção tem como base o fato do estatuto do Flamengo não estar adequado para receber uma gestão profissional e suas boas práticas corporativas."
Infelizmente, os temores dele se revelaram verdadeiros. O modelo pregado pelo Galinho de Quintino ia contra tudo que sempre se praticou na Gávea. Pessoas que se consideram donas do clube viram que seus interesses pessoais (político-financeiros) seriam contrariados. Infelizmente, o pior que poderia acontecer, ocorreu! Zico, novamente, deixava o Flamengo.  Fato em si mais do que suficiente para estragar com o ano. Só por isto, mesmo que tivéssemos vencido tudo, não teria boas recordações de 2010. Fico aqui com as afirmações do Ministro das Saudações Rubro-negras Jefferson Freire:
"Talvez nem mesmo o próprio Zico tenha percebido a grandeza do acontecimento. Mas sua saída e a forma como foi tratado dentro da sua casa, dentro do clube em que ele foi o principal responsável pelo crescimento e por ser esse fenômeno popular que é o Flamengo, trouxe a público nomes e expôs de maneira absurda, até mesmo para cegos verem como realmente é a sujeira interna no Flamengo. A corja a quem tanto nos referimos durante anos e décadas, no medo, pavor de perder a mamata se expôs de maneira irresponsável e desesperada, deixando vir a público o porquê de não saírem de dentro da Gávea. Ficaram expostos e desmoralizados diante de todo o país. O desespero e a exposição desenfreada demonstram que realmente o caminho era o correto, que a corja seria prejudicada e que o Flamengo enfim teria uma administração que pensasse mais no clube e menos nos interesses pessoais."
Que FLAssim seja! Que o sacrifício do Messias não tenha sido em vão.

Entre a chegada e a saída do Zico, o Flamengo se viu no meio de um furacão com a exploração sensacionalista do caso Bruno. Em campo, ocorreu ainda nova troca de treinador. Um inexperiente por outro. Um covarde por outro. Saía Rogério e entrava Silas. Saia o seis e entrava o meia dúzia. Tudo tão igual que nem vale perdemos muito tempo lembrando.

Assim, os jogos foram passando. O sonho do hepta foi sendo afastado. Veio Luxemburgo pregando a classificação para a Sul-Americana, enquanto a torcida se dividia entre o fantasma da segundona e a esperança de uma recuperação que nos classificasse novamente para a Libertadores. A divisão também estava presente na expectativa de contarmos finalmente com um técnico experiente, mas com passado recente de fracassos e com uma coleção de problemas e acusações perigosas. A contradição representada pelo momento pode ser extraída em textos na Pastoral Magnética rubro-negra. O prelado (não precisam ir ao dicionário - trata-se de um alto dignitário de uma Igreja) rubro-negro Nyltinho sintetizou bem o momento no sermão "Qual será o Luxa que vai comandar o Fla?":
"Ex-jogador e declarado torcedor do Flamengo, Vanderlei vem pra resolver o problema e tirar o time dessa situação. Eu acho o Luxa um excelente técnico. Gosta de jogar pra frente, gosta de futebol bonito, e eficiência no ataque. Porém, reconheço que ele não está em boa fase. (...) No início do século XXI, era considerado o melhor treinador do país.(...) De 2008 pra cá, (no entanto) foram 2 estaduais."
O início foi realmente promissor. Da mesma pastoral, um pregador que mais tarde iria trocar de paróquia, André Tozzini, ou simplesmente Tozza, o PVC rubro-negro, nos falou em sua análise do primeiro jogo sob direção do novo treinador:
"Finalmente, depois de mais dois anos temos um verdadeiro técnico de futebol. (...) Vanderlei Luxemburgo, sim, esse conhece tudo de futebol. (...) Luxa deu seu cartão de visitas ontem. De técnico "acabado" e "ultrapassado" ele mostrou muita visão de jogo, conhecimento dos jogadores que tem. Finalmente temos um técnico de verdade. Vejo que dá pra sair dessa, confio no trabalho dele."
Porém, o tempo passou e os velhos problemas foram reaparecendo. Veio o jogo contra o Guarani. A questão agora se resumia a não manchar de vez a história do Flamengo. A Nação foi ao Engenhão. A vitória era necessária e foi conquistada com especial participação dos gritos da torcida. Não estávamos matematicamente classificados ainda, mas o sentimento foi de alívio. Momento bem definido pelo Fabiano Lenda lá no FLAmanolos:

"Sai do Engenhão com só uma certeza: Time grande cai sim, pois Vasco, Corinthians, Grêmio e alguns outros times grandes do futebol brasileiro já caíram. Mas pra nossa sorte, nós torcemos pra um time gigante, e time gingante jamais irá cair. "
O tempo confirmou que o alívio que sentimos na ocasião era pura intuição rubro-negra. Novamente contando com a sorte nos classificamos com ajuda de tropeços de rivais. O ano finalmente terminava. Momento de relembrar outra voz feminina, a polivalente Nívea Richa, NivinhaFLA em seu Flamengo, Aspirinas e Urubus:
"Depois que o nosso jogo acabou (um jogo muito chato, por sinal), foram 4 minutos do inferno esperando os jogos do Vitória e do Atlético-GO acabarem. Terminando empate nos dois jogos, o Fla estaria livre do rebaixamento. Acabou empatado, graças a Deus e a São Judas Tadeu. Uma vergonha um time com a grandeza do Flamengo passar por isso, mas saímos dessa situação escrota, até que enfim! (...) Segunda para o Flamengo? Só o dia da semana!"
Porém, passada a adrenalina, restou o gosto de ressaca e daquelas contraídas com ajuda de cerveja quente, como bem exaltou o Zeca Urubu no Blog das Torcidas:
"Claro que não queria o Flamengo rebaixado, mas queria que fizesse no mínimo o que foi feito em 2004 e 2005, quando não caímos por nossa própria superação. "Superação", esta é uma palavra que não foi pronunciada no Flamengo este ano. Ano de 2010 seria para esquecer, se não fosse o fato de ter sido tão ruim que deve sim ser lembrado, para que este erros grosseiros não se repitam no futuro. 2010 conseguiu ser tão ruim quanto 2002, quando caímos na primeira fase da libertadores, tivemos um presidente impeatchmado e preso, fomos mal no carioca e brigamos para não cair no Brasileirão"

2010 finalmente está indo embora. Que leve com ele todas as frustrações de um ano que começou cheio de expectativas e terminou com a sensação de alívio e revolta. Que possamos aprender com os inúmeros erros cometidos. Mas, o importante é que o simbolismo do reveillon poderá nos fazer ter a certeza de que este ano é uma página virada na rica história rubro-negra.

Que venha 2011! Estamos te aguardando. E que venha FLAbençoado! Que o Senhor rubro-negro renove nossas esperanças e que as linhas tortas do ano que finda possa nos levar novamente ao caminho correto.


FLAmém!

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

DÁ PARA SER OTIMISTA?

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

Será que dá para ser otimista após um ano desastroso como este de 2010? Será que podemos fazer alguma análise racional projetando sucesso e conquistas para o próximo ano?
Ora, ainda mais do que de glórias, nossa história é marcada pela superação. Quantas vezes não surpreendemos e ressurgimos quando menos esperavam? Assim, por que não podemos ter esperança que 2011 seja mais um desses anos em que o Urubu se transforma em uma Fênix?

Será que dá para ser otimista sabendo que seremos dirigidos por uma diretoria que se mostrou bastante incompetente, que não demonstrou planejamento, que errou em quase todas as contratações, que não soube avaliar corretamente o elenco e que é formada em grande parte pelo grupo político que deu sustentação à gestão do Edmundo Santos Silva?
Por outro lado, sabemos muito bem que organização e planejamento infelizmente, nunca foram "marcas" do Flamengo. Assim,  por que não podemos ter esperança em mais uma vez superarmos nossos eternos problemas de gestão.

Será que dá para ser otimista após termos assistido o Zico ter sido tratado como foi? Será que dá para acreditar em algo positivo após termos visto pessoas que exercem papéis importantes dentro da instituição comemorando a saída do nosso eterno ídolo?  Será que é possível crer em algo bom tendo visto sujeitos com um histórico de problemas tentarem atacar a reputação ilibada do Zico? Será que podemos crer em alguma transformação tendo visto que a torcida não foi capaz de segurar o Galo e, na verdade, nem mesmo fez grandes movimentos para isto?
Porém, por que não podemos ter esperança em que ficaremos mais fortes após este lamentável episódio? Por que não acreditar que poderemos extrair algum ensinamento disto tudo? Por que não ter a esperança de ter nascido aí o projeto "Zico Presidente"?

Será que dá para ser otimista sabendo que nosso time será montado por um técnico marcado por escândalos, sendo que alguns relacionados a contratos de jogadores? Será que dá para prever que o Luxemburgo terá sucesso após seus últimos trabalhos terem sido verdadeiros fracassos?
No entanto, por que não podemos ter esperança em que alguém que já montou ótimos times no passado não possa voltar a fazê-lo? Por que não ter esperança em que ele, motivado justamente pelos recentes fracassos, não venha a se empenhar e se concentrar no que sabe fazer bem, voltando a ser um treinador de ponta? Não seria esta uma de suas últimas oportunidades para se manter como técnico de primeira linha?

Será que dá para ser otimista vendo outros times contratarem enquanto nós apenas trouxemos um goleiro com histórico de indisciplina e um meia conhecido somente por vídeos no youtube?
Mas, goleiro e meia não são duas posições que temos carência? E o Felipe, embora marrento, não é um bom goleiro? Outros argentinos também não chegaram desconhecidos no Brasil e se mostraram bons de bola? Então, por que não podemos ter esperança em que o Felipe devolva a segurança que perdemos lá atrás e que o Dario Bottinelli não possa fazer o trabalho de armação do jogo que tanto sentimos falta neste ano?

Assim, dá para ser otimista? Se racionalmente é difícil, quem disse que existe racionalidade no futebol? As furadas previsões feitas antes de todos os campeonatos não servem justamente para demonstrar que futebol não tem qualquer lógica? No início de 2010, quem apostaria contra o Flamengo? O resultado todos sabem! 
Então por que não podemos ter esperança de que, em 2011, as previsões também furem? De que, em 2011, nossa grandeza e nosso manto possam voltar a nos conduzir à vitória?

Afinal, estamos falando do Flamengo!

Que 2011 seja FLAbençoado!
FLAmém!

sábado, 25 de dezembro de 2010

É NATAL!

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

É Natal!
Tempo de Amor
Tempo de Paz
Tempo de Esperança
Na verdade, de renovarmos as Esperanças.
De curarmos as feridas do ano que está terminando e
Acreditarmos em um novo renascer!

É Natal!
E com ele,
Tempo de Esperança em um mundo melhor,
Mais solidário,
Menos materialista,
Mais justo,
Menos violento...
Que todos se preocupem mais uns com os outros,
Que todos caminhem em uma mesma direção,
Que todos tenham noção do papel que representam
E não busquem apenas a satisfação do próprio ego e
De seus próprios desejos materiais;
Que se persiga mais os objetivos comunitários
Do que aqueles individuais.

É Natal!
É tempo de reconquistar;
De reciclar,
De relembrar,
Das qualidades realçar e
Dos vícios rejeitar;
É tempo de ter humildade para reaprender,
E o curso da história reaver,
Para que a nossa essência seja restituída;
E nossa luz possa, enfim, reacender.

É Natal!
É tempo de perdoar,
Para não ficarmos vivendo no passado!
Mas não, de esquecer;
Para os mesmos erros evitar cometer;
Que o passado nos sirva de lição,
Para garantirmos um futuro melhor,
E com confiança e determinação;
Possamos, a cada dia, o presente viver.

É Natal!
É tempo de salvação,
É tempo de ter fé,
É tempo de aclamar o Rei;
E torcer,
Para que ele possa voltar!

Feliz Natal a todos!

FLAmém!

PS: Achou que fiz um #post sem falar do Flamengo? Então, por favor, releia o artigo pensando no que aconteceu neste ano com nosso time-religião. :)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

CBF = (C)onfundindo e (B)agunçando o (F)utebol.

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

A CBF, entidade máxima do futebol em um país como o nosso, possui funções que despertam enorme interesse público. No entanto, por ser privada, não precisa seguir as regras estabelecidas para Poderes Públicos. Para mim, esta é a raiz dos problemas e dos escândalos que esta confederação está habitualmente envolvida. Pelo mesmo motivo, sou contra, por exemplo, o fato de clubes de futebol possuírem "donos". Sejam pessoas físicas ou jurídicas, não importa! Há conflito de interesse e uma nociva mistura entre público e privado.

Interesses públicos sendo administrados de forma privada costumam fazer a alegria de muitos nestas bandas tupiniquins. Vejam os casos das ONGs. Mesmo possuindo a denominação de "não-governamentais" dependem exclusiva ou primordialmente de verbas públicas, sobre as quais não precisam prestar rigorosas contas, nem sobre quem contrata como sendo colaborador (as folhas de pagamento destas organizações dizem muito....) . Após inúmeros escândalos, o governo passou a contratar Organizações Sociais. O nome mudou, mas os problemas persistiram.

Sempre apelando para argumentos como "gestão eficiente", "agilidade para tomar decisões e atender às demandas" e outros modismos administrativos, nosso políticos, apoiados, muitas vezes, pela Grande Mídia, tentam nos vender a ideia de uma necessária modernização na Administração Pública, mesmo que às custas da diminuição de controles.

Se já há problemas quando falamos de serviços públicos que deveriam ser da competência do governo, imaginem quando o foco vai para uma entidade particular, que não possui dono e que trabalha em cima da maior paixão dos brasileiros: o futebol! Sem falar nas gestões passadas, na "era" Ricardo Teixeira, a CBF se viu envolvida em denúncias de: nepotismo, distribuição de presentes e agrados a autoridades públicas (inclusive magistrados), celebração de contratos lesivos ao seu patrimônio, contrabando, entre outras.

Dizem que futebol dá votos. É bem provável que dê mesmo. Porém, dando ou não votos, é certo que dá dinheiro. Basta ver a ostentação de riqueza das pessoas envolvidas com o esporte bretão. Impressiona o volume de negócios gerados diretamente ou indiretamente pelo futebol. É aí que voltamos a nos deparar com a confusão entre o público e o privado.

A CBF foi criada em 1979. Porém, mesmo antes, quando todas as modalidades esportivas eram geridas de forma unificada pela extinta CBD, que seus atos são pautados por interesses políticos partidários, suprapartidários ou governamentais. Muitas vezes, por interesses escusos. Nos anos 70, era famoso o refrão "Onde a Arena vai mal, um time no nacional. Onde a Arena vai bem, um time também.". Assim, o campeonato brasileiro teve uma série de formas de disputa, de escolha dos participantes e de regras ao longo dos anos. Mais precisamente desde 1971, quando passou a ser disputado.

A data é importante quando nos deparamos com mais uma confusão criada pela Confederação Brasileira de Futebol, ao "unificar os títulos nacionais", reconhecendo como "campeões nacionais" os vencedores da Taça de Prata (ou Torneio Roberto Gomes Pedrosa) e da Taça Brasil.

Estamos falando de campeonatos disputados entre 1959 e 1970. Por que somente em 2010 a CBF decidiu tomar tal decisão? Não é estranho? Será mera coincidência o fato de estarmos em época de preparação para uma Copa do Mundo? Aliás, preparação esta que está com seus cronogramas bastante atrasados. E sabemos bem qual o significado de prazos não cumpridos para execução de grandes obras. Significa que a obra poderá ser feita sem licitação. Portanto, o administrador, que deveria ser considerado incompetente, recebe o prêmio de poder escolher a empreiteira que fará o serviço e sem precisar se preocupar com o preço. É a festa! Pois, exatamente neste momento em que a festa dos corruptos começará é que o debate chato da fiscalização é transferido para o caloroso papo entre os torcedores para ver qual time possui o maior número de títulos nacionais. Momento bastante apropriado, não?

A imprensa divulgou que o pedido da unificação teria partido de João Havelange, ex-sogro de Ricardo Teixeira e torcedor do Fluminense, que, por ter sido campeão do Robertão em 1970, seria beneficiado, deixando de ser bi pra se tornar tricampeão nacional de futebol. Mas, novamente um fato estranho! Se isto era tão importante para ele, por que, como presidente da CBD em 1971 e criador do campeonato Brasileiro, Havelange não tomou tal medida à época?

Aliás, o próprio processo decisório traz outra indagação. Como um assunto que desperta tanta paixão pode ser decidido pela vontade de um único sujeito? Ricardo Teixeira é, portanto, um verdadeiro monarca absolutista no reino do futebol brasileiro.

Além dessa perguntas, há outras do ponto de vista técnico. O Santos foi campeão da Taça Brasil em 63 e 65 disputando apenas 4 partidas. Como igualar este feito ao do atual campeão onde são disputados por cada time 38 jogos? Se a Taça Brasil disputada num esquema de Copa com os campeões estaduais vale como título nacional, por que o mesmo tratamento não é dado aos campeões da Copa do Brasil? E por aí vai...

Mas, a pergunta principal é: quando cada campeão venceu a Taça Brasil ou a de Prata se sentiu campeão nacional? Provavelmente não! Afinal, não existia tal conceito. Assim, se não se sentiram campeões na época porque seriam agora tantos anos depois? E se os jogadores e torcedores se sentiram campeões nacionais por que precisariam da chancela de um órgão com a credibilidade tão arranhada? O que importa é ser campeão de fato. Se o Direito não acompanha os fatos, azar do Direito!

Os defensores de tal medida apelam para o sentimentalismo e dão o exemplo do Pelé, que finalmente foi reconhecido como maior dos campeões nacionais, justamente ele que nenhum título tinha. Ora, será que ocorreu justiça ou, ao incluir a Taça de Prata na história, o nome do Rei do Futebol não serviu justamente para legitimar a farsa?

Para piorar ainda mais, na mesma ocasião, a CBF resolveu "espetar" um inimigo político, o Flamengo, que cometeu o "crime" de não votar no candidato preferido do Ricardo Teixeira para presidente do Clube dos Treze (o ex-presidente rubro-negro, Kléber Leite). Aliás, como pode ser entendida uma tentativa de interferência  assim numa entidade que negocia diretamente com a própria confederação? Se não entende, pense na Copa no Brasil, nos campeonatos brasileiros, nas propostas agressivas da Rede Record e nos direitos de imagem e saiba que a Rede Globo estava apoiando o mesmo candidato da CBF. Pois, justamente quando diz que todo mundo é campeão nacional, a entidade deixa de reconhecer um título conquistado em campo pelo Flamengo - a Copa União de 87 - ano em que ela se recusou a organizar a competição, alegando prejuízo financeiro. Depois, ao ver o sucesso de um campeonato montado por uma liga dos grandes clubes, muda de ideia e resolve alterar as regras no meio do jogo.

Assim mesmo pouco me lixando para o que diz ou chancela uma entidade com tantos problemas, só me resta parafrasear o saudoso Bussunda:
Ô... Dona CBF, fala sério!

Palavras da Salvação Rubro-Negra
FLAmém!

PS: Texto especialmente escrito para o jornal Montbläat

PS2: FELIZ NATAL a todos!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Flamengo, minha religião

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

Desde que se tem notícias da existência humana, há dados que vinculam a cultura, por mais primitiva que seja, com a busca de algo que poderíamos considerar como sendo religioso. No entanto, mesmo a religião estando, talvez desde o início dos tempos, ligada ao homem, não é fácil de ser conceituada. Afinal, o que é religião? O que realmente significa?

Uma das formas mais elementares de se buscar a definição de alguma coisa é analisarmos sua etimologia. Pois, para a maioria dos estudiosos, a palavra religião é derivada do latim religio, religare, significando "religar", "ligar bem", "prender". Deste modo, poderíamos conceituar religião como sendo uma ligação entre as pessoas e estas a uma força superior. Trata-se, portanto, de um conceito bastante abrangente. Não estaria correto dizer que o Flamengo promove a ligação de um grupos de pessoas a uma força superior (o próprio clube)? Portanto, etimologicamente falando, o Flamengo é uma religião - a minha religião!

Tal qual a arte e a tecnologia, a religião é um fenômeno inerente à cultura. Não há registro histórico de qualquer agrupamento humano onde não se tenha professado algum tipo crença. Muitas sociedades não se utilizaram da palavra religião propriamente dita, mas continham elementos considerados sacros ou profanos e tinham fé em uma espécie qualquer de força superior. Para, nós, Flamenguistas, não há elementos que nos são sagrados e outros profanos? O que representa, para nós rubro-negros, o nosso manto? E as camisas feias dos rivais? O que é o Maraca para nós? Assim, o Flamengo é uma religião - a minha religião!

As religiões representam um fenômeno social pelo qual se estabelece um conjunto de crenças em divindades e são exercidas normalmente por meio de rituais, considerados sagrados. Pois, em jogos do Flamengo não existem ritos que a torcida segue religiosamente? Também, não acreditamos na força superior de quem está usando o manto? Não temos até o nosso Messias, aquele que liderou nossa libertação mundial? Logo, o Flamengo é uma religião - a minha religião!

Dentro deste mesmo conceito, religiões possuem cultos ou missas celebradas em homenagens a suas divindades. Analisem um jogo! Vejam se não estamos celebrando lá nosso culto ao Flamengo Supremo! Por conseguinte, o Flamengo é uma religião - a minha religião!

Por falar em celebração, religiões costumam ter períodos temporais especiais. Nós, flamenguistas, também temos nossa Páscoa (a Conquista do Mundial), o nosso Natal (Aniversário do Zico), etc. Assim sendo, o Flamengo é uma religião - a minha religião!

Os sistemas religiosos possuem dogmas e têm como finalidade a salvação! Quem aqui ousaria negar que a salvação é rubro-negra e contestar a superioridade do Flamengo como sendo uma verdade absoluta! Por consequência, o Flamengo é uma religião - a minha religião!

Quantas vezes já não ouvimos ou dissemos que torcer pelo Flamengo é fechar com o certo! A definição de certo e de errado não estaria ligado a conceitos religiosos? Sem dúvida, ainda mais quando tais conceitos, como é o caso, estão relacionados às palavras bem e mal. Em outras palavras, o Flamengo é uma religião - a minha religião!

Os críticos dizem que religião é uma espécie de ópio do povo, que serve apenas para que as pessoas transfiram suas próprias frustrações. Ora, não é o mesmo que as más linguas falam do futebol? Por outro lado, os religiosos dizem que a atitude de seguir determinada religião promove a paz interior, acalma, supre necessidades e ajuda a livrar os homens de suas angústias. Ora, quem fica angustiado após um gol do Flamengo? Quem daqui já não se sentiu nas nuvens ou em paz após uma grande conquista? De um modo ou de outro, o Flamengo pode ser conceituado como religião - a minha religião.

Há religiões que pregam a existência de um Deus único, para outras há uma pluraridade de divindades. Há, ainda, quem considere Deus como sendo "Tudo"! Pois, para mim, o Flamengo, é Tudo, é Único e é Plural! Desse ponto de vista, o Flamengo é uma religião - a minha religião!

Outrossim, poderíamos explorar a existência de diversos outros fatores que unem conceitos de religião aos costumes estabelecidos por nós, flamenguistas, tais quais: dependência (dependemos ou não do Flamengo para termos um dia feliz, por exemplo), adoração, fé, mistérios (alguém consegue explicar o que sentimos pelo Flamengo ou coisas que acontecem com o Mengão?).... Porém, acho que já é suficiente. Para mim, o Flamengo é uma religião verdadeira - a minha religião. E para você?

Afinal, se Deus é brasileiro, ele há de ser flamenguista, certo?

FLAmém!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

2010 - Um ano realmente estrambótico!

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

Em abril deste ano, quando perdermos o título da Taça Rio para o Chorafogo, fiz uma homilia onde falava que o carioquinha tinha sido estrambótico, que significa estranho, esquisito, pouco convencional, raro, ridículo, extravagante, patético. A palavra deriva de estrambote - nome dado a um soneto, quando este tem sua estrutura rígida modificada.

Pois bem, eu estava errado! Não foi apenas o Estadual que foi estrambótico. Todo o ano de 2010, no mundo do futebol,  transcorreu completamente fora de qualquer padrão. Foi tudo muito estranho. Sinistro.... Vamos relembrar:
  1. Botafogo campeão carioca, inclusive vencendo o jogo final em cima do Flamengo. A última e única vez que isto ocorreu foi há 21 anos;
  2. Fluminense campeão brasileiro - a única vez que isto tinha ocorrido foi em 1984;
  3. Com a derrota do Inter para o Mazembe, o mundial de clubes terá uma final sem a presença de um time sul-americano;
  4. Dirigentes do Flamengo, de conduta reconhecidamente duvidosa, expulsaram Zico da Gávea, acusando-o, sem qualquer prova, de atitudes antiéticas;
  5. O São Paulo não se classificou para a Libertadores, afinal o clube participou das últimas 5 edições;
  6. A primeira divisão do Campeonato Brasileiro de 2011 (consequencia das campanhas deste ano) terá o mesmo número de clubes dos estados do Rio e de São Paulo;
  7. A CBF provavelmente irá reconhecer como campeões brasileiros alguns times que jogaram apenas 4 a 5 partidas até chegarem ao título, como ocorreu na Taça Brasil, mas deverá continuar fingindo que não viu o Flamengo ser o único campeão de 87. Ridículo, não?
E por aí foi...

Vocês devem se lembrar de várias outras coisas estranhas que aconteceram no mundo do futebol neste ano. Mas, quando achava que tudo já tinha terminado, eis que leio na coluna Gente Boa do Jornal O Globo, que uma personagem interpretada por Ingrid Guimarães  experimenta, durante um jogo do Flamengo, uma calcinha vibratória e vai a loucura ao som do nosso hino!

É realmente estrambótico alguém, mesmo na ficção, ter que utilizar tal acessório para ter prazer em um jogo do Flamengo. Inacreditável!

Que 2011 venha FLAbençoado. Mas, por precaução, quando se encontrar com 2010, na virada, é bom ter consigo sal grosso para um bom descarrego!

FLAmém!

PS: O item 7, por erro, somente foi postado após a publicação original.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Feliz Páscoa Rubro-Negra

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

13 de dezembro
Hoje é um dia festivo na história religiosa rubro-negra. É o dia em que comemoramos nossa Pascoa. Então, vamos a um pouco de catecismo:


A Páscoa
Páscoa deriva do hebraico pessach e significa passagem, libertação. Pois, assim, anunciou o profeta: 
"Pelos pés sagrados do Messias,
sob a companhia de uma legião de ouro,
o Flamengo confirmará sua superioridade
e mostrará ao mundo sua verdadeira face.
Sob o poder rubro-negro todos se ajoelharão,
E ficarão a contemplar Sua Supremacia!
Será a Páscoa!
Momento de Libertação!
De passagem!
De Glória!
E esta glória eternizará o laço com o Senhor Rubro-Negro,
Que possibilitará a execução de memorável vitória!"
E FLAssim ocorreu há 29 anos atrás!
O mundo era finalmente rubro-negro!

FLAmém!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Com a devida vênia....

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

João Carlos, conhecido como Joca, deixou o escritório do banco onde trabalha para se dirigir ao endereço de um cliente. Sabia que o motivo do encontro, bastante insistido pelo correntista de seu banco, nada tinha a ver com negócios. Tratava-se, tinha certeza, de apenas uma desculpa para zoações futebolísticas. Uma espécie de forra pelas brincadeiras feitas em anos anteriores. Afinal, como rubro-negro, cansou de tripudiar sobre o Fluminense do Dr. Luiz Honório Bandeira de Vieira.

Joca chegou ao prédio onde se situava a empresa de advocacia a qual tinha ido visitar. O conjunto de salas era luxuoso e possuía decoração clássica. Mas, era tudo fachada. Como cuidava da parte financeira, sabia que a real situação era crítica. Muita pompa e pouco conteúdo, tal qual o time do sócio majoritário do escritório. Luiz Honório era o verdadeiro retrato de um típico tricolor. Pertencia a  uma elite decadente, com mais nome e imagem do que poder e dinheiro. 

Na antessala (Nota: essa nova grafia é realmente estranha, não?) do advogado, foi recebido pela sempre simpática Mônica. Obviamente que alguém sempre tão feliz só poderia ser torcedora do Flamengo. Ele aguardou um pouco. Fazia parte do ritual deste cliente se fingir de ocupado. Melhor assim, pois podia aproveitar e conversar um pouco com a sorridente secretária.

Luiz Honório o chamou. Ao entrar, não acreditou! Seu interlocutor estava vestido com um terno esverdeado e uma gravata da cor de um vinho rosé sobre uma camisa branca. No bolso do paletó, um lenço da cor da gravata com detalhes verde e branco. Mas, se ele tivesse bom gosto jamais torceria pelo Fluminense, não é mesmo?

- Doutor Joca, muito prazer em recebê-lo. Saudações tricolores - falou o advogado.

Não entendia como alguém poderia colocar um título como "doutor" antecedendo um apelido. Ou se é formal ou informal, ora bolas! Coisa de.... tricolor! Melhor deixar para lá!

- Doutor Bandeira de Vieira, o prazer é meu. Mas, serei mais generoso contigo. Dou-lhe um cumprimento muito mais animador. Saudações rubro-negras!

- Com a devida vênia, ouso discordar, mas não vamos nos alongar, não é mesmo?

Arrá! Pensou Joca! Tuchê! Luiz Honório acabou de pronunciar a famosa expressão que já era uma espécie de folclore naquele escritório. Todos ali sabiam que quando ele não tinha resposta, saia-se sempre com este "Com a devida vênia, ouso discordar..."  Momento certo para dar mais uma espetada.

- Ok! Mas, por que está vestido de verde-rosa. Homenagem à Mangueira?

- Flamenguista não entende mesmo de cores, não é mesmo? Isto - disse Luiz Honório apontando para sua própria gravata - é grrrrená! Veja se ganha um pouco de cultura. Grrrená!

Joca achou aquela pronúncia acentuada meio...., digamos, meio tricolor demais. Mas, deixou para lá. Afinal diferenciar vinho de grená é coisa de designer, arquiteto ou... tricolor!

- Para que entender de cores? Duas já me são mais do que suficientes: o vermelho e o preto. Não preciso de mais.

- Com a devida vênia, ouso discordar...

Joca nem prestou atenção no restante da frase, pois seus pensamentos voaram para o ano passado e ficou relembrando que, na mesma época ,esteve na mesma empresa e foi recebido pela Mônica que se vestia combinando, com ousadia e tremendo bom gosto, peças vermelhas com pretas. Em outros clientes, pode ver várias pessoas vestidas com o Manto Sagrado. Quanta diferença!

Conversaram um pouco sobre negócios, finanças e até política. Mas, o papo voltou a ser futebol. Não tinha jeito. Doutor Bandeira de Vieira falou:
- Viu que festa bonita que foi a entrega de prêmios para o Flu? E a nossa festa no Engenhão? Não ficou com inveja?

_ Quer me matar de rir??? Inveja? Vou te trazer um filme dos mesmos momentos de 2009. Aí você poderá notar o que é beleza e o que pode fazer uma torcida. Mas, parabéns pelo título!

- Ah, bom! Pensei que nem iria me parabenizar.

- Imagina! Como Flamenguista, louvo a vitória. Agora... ficam faltando apenas mais 4 para nos alcançar. Sem falar nos demais campeonatos. Aliás, ser bi é algo que combina com vocês, não acha?

- Com a devida vênia, ouso discordar, afinal somos tri!

- Como podem querer ser campeões de algo que ainda não existia? O campeonato Brasileiro foi criado em 71, como podem querer ser campeões em 70? É fato que ganharam o principal título nesse longínquo ano, mas não foi o campeonato brasileiro. Depois, vocês ainda têm a cara de pau de falar de 87.

- Com a devida vênia, ouso discordar e mudo o assunto para te lembrar que nossos títulos vêm sendo conquistados logo após os seus. Estou achando que vou até torcer para vocês ganharem a Libertadores.

- Pelo menos, alguma vez iria fechar com o certo. Mas, lembre-se: "uma vez Flamengo, sempre Flamengo". Mas, é verdade! Seus títulos nacionais foram conquistados no ano seguinte às mesma vitórias nossas. Mas, não fique alegre. Se é fato que o Flu tem tamanha fixação no Flamengo que só consegue fazer algo após uma grande vitória nossa, nada garante que isso será sempre verdade. Se fosse, vocês teriam muito mais títulos....

- Com a devida vênia...

- Aliás, permita-me interrompê-lo. Tal qual ocorreu conosco em 2009, neste ano vocês foram campeões brasileiros e mudaram de presidente. Cuidado para não tentarem nos imitar no próximo ano. Time grande não cai..... já o flusinho....

- Com a devida vênia...


FLAmém!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

#FlaHexa1ano

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

Como todos sabem, nosso hexa está fazendo aniversário hoje. Este grande momento de alegria inspirou-me a escrever meu primeiro artigo sobre o Flamengo. Como na época ainda não existia este humilde blog, o texto foi publicado no Flamengo, Aspirinas e Urubus, da Nívia Richa, que o levou, alguns dias, depois ao Magia Rubro-Negra! Comecei bem, não? De cara, contei com a energia superpositiva da queridíssima e multitalentosa @NivinhaFla.

O feedback positivo que recebi foi o principal motivo da criação de um espaço próprio para pregar a religião rubro-negra. Então, nada mais justo, nesta data festiva, do que reproduzir aqui o embrião deste blog.


Meninos, Eu Vi....

Meninos eu vi…

Vi todos os seis  títulos do Flamengo. Não é que eu estivesse presente em todas as decisões, mas uma das pouquíssimas vantagens de ser um rubro-negro de mais de 40 anos é exatamente a de poder ter acompanhado nosso período de ouro. E… meninos, acompanhei todos os nosso títulos nacionais. Vibrei e vibrei muito em cada um deles.

Meninos, eu senti….

Senti uma angústia por ver meu Flamengo, antes soberano, se regionalizar. Por vê-lo, assim como via o meu Rio, sendo, achincalhado e aviltado dia após dia, fracasso após fracasso. E, pasmem!, meninos, quase acabei acreditando que não poderíamos ser campeões brasileiros em torneios por pontos corridos. Que o futebol agora era mais do que nunca “poderio econômico e infra-estrutura”. Concreto e dinheiro substituindo pessoas. E da mesma forma que o retrato do país, o Flamengo estaria condenado a não ter futuro!

Meninos, eu vi…

Vi, após longo jejum de 17 anos, o meu Flamengo voltando a chegar ao último jogo do campeonato em condições de ser campeão. Dependendo só dele. A esperança voltava!

Meninos, eu senti…

Senti o Flamengo forte novamente! Senti o Flamengo incomodando os adversários. O Flamengo causando perplexidade na imprensa do politicamente correto, dos jornalistas mauricinhos e sem conteúdo. O Flamengo, logo quem? O rei da bagunça, da falta de organização, dos maus dirigentes! Sim, mas o mesmo Flamengo da força de um exército de fiéis apaixonados que cisma em demonstrar que a razão nem sempre supera a emoção. O Flamengo que com um técnico humilde (como já ocorrera em outros títulos), que não é grosso, que não precisa tratar mal a imprensa, nem bajulá-la e, ainda por cima, negro, chegava novamente ao topo. E senti o Flamengo forte ao ler e ver que estes mesmos comentaristas da obviedade não entendiam como o Pet, para muitos, um ex-jogador em atividade, poderia voltar a ser capaz de levar um time ao topo. Senti como a obviedade burra desta parte da imprensa não compreende mesmo a força de nosso Manto Sagrado. Senti um desespero ao questionarem como o Adriano poderia trocar a poderosa, mas triste, Milão pela bagunçada, porém alegre, capital carioca. Ora, esqueciam de que não era apenas para o Rio que o Imperador voltava, mas para todo seu berço: família e clube de infância. Eles realmente não entendem o Flamengo!

Meninos, eu vi…

Eu vi o Maracanã, nossa catedral, lotado de fiéis numa festa linda. Vi a casa pronta para o 6º título do nosso clube/religião! E vi um time nervoso em campo e o Grêmio, que diziam que nada queria, ir para cima e fazer o primeiro gol.

Meninos, eu senti…

Senti um nervosismo sobrenatural no ar. Senti medo! Senti angústia! Senti vergonha de não ter fé, de achar que poderia dar errado. Senti novamente o pesadelo de derrotas antigas virem à tona.

Meninos, eu tentei…

Tentei gritar!. Empurrar o time! Às vezes acompanhado de parte da torcida; em outras a acompanhando. Mas, o grito cismava em sair abafado. Festa e gol de empate não aliviaram o sofrimento. Parte de mim tinha certeza da vitória. Outra teimava em pensar que a citada imprensa do politicamente correto tinha razão. Não conseguia identificar, Meninos, o que, na verdade, eu sentia. Eram tantos sentimentos opostos e simultâneos…. Nada do que já passei se comparava a isto. Vergonha e êxtase juntos! Coragem e medo de uma só vez! Esperança e temor dividindo o mesmo coração! Não dava mais! Iria explodir.

E, Meninos, eu explodi…

Explodi de felicidade pelo gol do Angelim. Outra tapa com luva de pelica do meu Mengão. Como o gol do título poderia ser feito por um zagueiro tão inexpressivo, mas, ao mesmo tempo, tão elegante e vigoroso? Ridículo, este Flamengo!

Meninos, eu senti…

Na verdade, continuei sentindo a ambigüidade de intuições opostas. Bruno prendia a bola com os pés em nossa área e eu achava que meu coração quarentão não agüentaria mais….Encorajava quem estava ao meu lado angustiado, mas, por dentro, estava mais tenso do que todos. Tinha a certeza da vitória, mas o medo de um novo Santo André pelo caminho.

Por fim, Meninos, eu vi…

Vi o jogo terminar e novamente o Flamengo ser campeão. Pela sexta vez!
Somos HEXA!


E Meninos, eu senti…

Senti a emoção de voltar a ser o maioral. Senti como é bom ser Flamengo. Festejei! Gritei! Chorei! Arrepiei-me! E, mas do que tudo, tirei um peso monumental de cima de minhas costas. E, novamente, leve, estou pronto….

Sim, meninos, estou pronto...
Pronto para o Hepta! Para o Bi da Libertadores e o Bi Mundial!

Vamos Flamengo….

Esta loucura que eu sinto por ti…. nunca foi tão intensa!

Vamos, meninos… Vamos Flamengo….

FLAmém!

sábado, 4 de dezembro de 2010

Sul-Americana: vale ou não a pena disputá-la?

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

Em uma confraternização de final de ano, um grupo de amigos conversava animadamente. Como não poderia deixar de ocorrer, em dado momento, o assunto passou a ser aquilo que os unia: o Flamengo.

- Que ano foi este, hein? Felizmente, acabou!
- Acabou nada! Domingo, iremos vencer o Santos e nos classificar para a Sul-Americana.
- Sinceramente, tô nem aí...
 - Como assim? Perdi algo? Não quer ir para a Sul-Americana? Não quer torcer? Perdeu o desejo rubro-negro?
- Quer saber na boa mesmo? Olha, prefiro nem me classificar para a Sul-Americana.
- Nem se classificar? Por opção? Continuo sem entender? Boiei!
- Parece papo de perdedor. Definitivamente não combina com o Flamengo, brô! Qualé a sua?
- Qual a vantagem de nos classificarmos para a segunda divisão da América do Sul?
- Segunda divisão? Xiii! Alguém aqui já bebeu demais. Só não sei se fui eu ou foi ele!
- Ora, como podemos chamar a competição disputada por quem não se classifica para o campeonato principal? Quem não vai para a Libertadores, primeira-divisão...., vai para a Sul-Americana, não é assim?
- O campeão vai para a Libertadores. Será mais uma chance que teremos no próximo ano de jogarmos a Liberta de 2012.
-Exatamente! O campeão da segunda-divisão se classifica para a primeira. Que nem o VasCU no ano passado ou o CUritiba neste ano. Quer ser o FlamenCU? E papo de perdedor é precisar de outra chance para nos classificar. Já teremos a Copa do Brasil e o Brasileiro. É mais do que suficiente!
- A piada é boa, mas somente como piada mesmo. A competição dá prestígio e dinheiro.
- Prestígio é chocolate! E dinheiro para quem? Para o Flamengo ou para a corja que nos administra?
- Peraí! Eu também tenho dúvidas se vale ou não irmos para a Sul-Americana, mas daí a achar que dinheiro atrapalha vai uma longa distância. Realmente, nossos dirigentes não são confiáveis, mas o clube precisa de dinheiro. Querer nos sufocar financeiramente é suicídio!
- Quanto mais dinheiro vier para o clube, maior a chance de sobrar algum para o próprio clube.
- O problema da Sul-Americana é técnico. Não há dúvidas de que ela atrapalha a participação no Brasileiro. Quem a disputa é submetido a uma maratona de jogos.
- Será a nossa maratona de vitórias!
- Não é bem assim. Veja quem está na final deste ano: o rebaixado Goiás! No ano passado, o Flu é quem foi para a final. E, no brasileiro, os flores estavam nas últimas posições. Só se recuperaram após o término da competição.
- Estamos falando de quem? Florminense? Goiás? Parei! Eu falo do Flamengo, mermão! É a mesma coisa que a imprensa fez quando ousou dizer que o Botafogo deste ano poderia ser o Flamengo de 2009. Quase morri de rir! Olha o resultado aí. O Flamengo é o Flamengo. O resto é o resto! Simples assim!
- Mas, então, você vai torcer para o Flamengo perder domingo?
- Ou vai ficar assistindo a disputa do título e esquecer o Flamengo?
- Esquecer o Flamengo? Jamais! Torcer para perder? Impossível!
- Então vamos combinar assim: todos torcendo pelo Mengão, como sempre! É o nosso melhor hábito! Quanto à classificação para a Sul-Americana, vamos entregar a decisão aos deuses do futebol. Somos predestinados. Eles saberão o que será melhor para nós! Que São Judas Tadeu nos guie em 2011!
Então, todos juntos levantaram as canecas e brindaram:
FLAmém!

PS: E você, quer disputar a Sul-Americana? Qual cor das utilizadas acima representaria mais o seu pensamento?