sexta-feira, 29 de abril de 2011

O SIMPLES E O ÓBVIO

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

Por algumas vezes, neste humilde espaço, defendi a tese de que não havia porque nos preocuparmos tão cedo com a falta de padrão tático ou com as más atuações do Flamengo neste ano.  Para fazermos um diagnóstico é preciso sempre levar em consideração o fator tempo. O que importa não é sermos considerados o melhor time do mês de março, mas nos tornarmos o campeão ao final de cada competição. Ou seja, o principal não é observarmos o momento, mas aonde poderemos chegar. Assim, temos que analisar se dispomos de um elenco capaz de suprir eventuais ausências e de promover diferentes arranjos táticos a fim de permitir variações durante os jogos.

Por outro lado, também questionei algumas vezes a escalação de determinados jogadores e o esquema tático utilizado pelo Luxemburgo. Como já disse por aqui, tenho certeza de que no final dará tudo certo. Somos o Flamengo! O que pode mudar é o grau de dificuldade que teremos para atingir o nosso sucesso natural.

Pois, no segundo-tempo do Fla x Flu e pela primeira vez iniciando um jogo nesta temporada, contra o Horizonte, o time atuou no 4-4-2 clássico, com dois laterais, dois zagueiros, dois volantes, dois meias e dois atacantes. Meio que por acaso, em consequência da contusão do Maldonado, meio que pelo instinto de sobrevivência, pois estávamos jogando mal e precisávamos vencer os Flores, Luxa acabou recuando Renato e o time finalmente "se encaixou".

É comum rotularmos de inteligente o sujeito que demonstra habilidades de pensar em algo que ninguém mais pensou. Assim, técnicos de futebol adotam um estilo professoral e querem mostrar sabedoria transformando-se em professores pardais. Jogadores são deslocados de posição, esquemas estranhos são testados, tudo para criar um quadro misteriosa complexidade que caracterizaria o chamado "professor-doutor", sobrevalorizando o papel do técnico de futebol, que passa a ser visto como um grande e poderoso estrategista, um sábio, um revolucionário, um intelectual do futebol, justificando-se, assim, os altos salários que lhe são pagos.

Entretanto, tudo isto é uma grande bobagem. "As coisas mais simples são as mais extraordinárias". Tem toda razão neste ponto, o mago Paulo Coelho, autor da frase no livro O Alquimista. Temos mania de complicar e as melhores ideias costumam ser as mais óbvias. A simplicidade é mais fácil de ser assimilada, ainda mais quando é preciso passar conceitos e objetivos a um grupo. Pois, ao escalar o time atual, Vanderlei, nada mais fez, do que apostar no simples e no óbvio. Mesmo sem treinamento, o resultado foi visível. Jogadores, finalmente escalados em suas posições (do goleiro ao ponta-esquerda, como se dizia antigamente), cresceram de produção e, como consequência, o time rendeu mais.

Isto não quer dizer que, por causa de uma vitória nos pênaltis e uma goleada sobre um time fraco, nos tornamos imbatíveis. Ainda temos um longo caminho de ajustes. É preciso melhorar, por exemplo, o posicionamento da defesa. Já li críticas de que ficamos mais vulneráveis, com menos um volante. Ok! Mas nem, por isto, o esquema é frágil, já que o adversário terá que se preocupar mais em nos marcar, uma vez que teremos dois armadores, um de cada lado, para sair com a bola. Temos que trocar um ou outro jogador, como todos sabem. Mas, não tenho dúvidas de que estamos na direção certa.

Agora, é hora de baixar a poeira e nos concentrarmos na decisão de domingo. Não ganhamos nada ainda! Será importante decidirmos logo a fatura, sem necessidade de finais, para podermos nos dedicar integralmente à Copa do Brasil. Sabemos que, do outro lado, nossos tradicionais vices devem estar sem dormir. Mas, isto é problema deles. Não é hora de salto alto! O bonde precisa manter a blindagem para continuar sem freio. Que a palhaçadinha fique só por conta da torcida.


Williams mostrou que quanto mais simples for o esquema, mais criativo podem ser os jogadores.

FLAmém!

terça-feira, 26 de abril de 2011

OS SEIS TRABALHOS DO HÉRCULES RUBRO-NEGRO

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!


O Hércules Rubro-negro derrota o monstro tricolor, espalhando, pelo ambiente, um tom grená (que na minha terra é chamado de rosa). I
magem adaptada da foto Heracles de Steffenz.

É fato que a antiga Grécia é o berço de toda civilização ocidental. Naquela época se praticava o politeísmo, onde os vários deuses, heróis, ninfas (espíritos femininos, como seriam as fadas, por exemplo) e centauros (seres híbridos, sendo metade humano, metade animal) habitavam o mundo natural e influenciavam a vida das pessoas. Em outras palavras, acreditava-se que o plano humano sofria intervenções do plano divino. Esta interação era tão intensa que deuses tinham filhos com simples mortais, os chamados semi-deuses. Estes normalmente se destacavam por serem mais fortes, poderosos e especiais do que os humanos normais. O semi-deus mais famoso e popular de toda mitologia clássica foi Heracles (ou Hércules, como foi chamado pelos romanos que adotaram grande parte da cultura, filosofia e religião grega).

Hércules era filho de Júpiter (ou Zeus, para os Gregos) - o deus dos deuses - com Alcmena (filha do rei de Micenas).  Por ciúmes, foi perseguido pela mulher de Zeus (Hera ou Juno), desde o seu nascimento. Porém, o herói conseguiu se livrar de todos os males que lhe foram impostos pela deusa e numa epopeia conhecida como "Os Doze Trabalhos de Hércules", superou uma série de obstáculos, cuja descrição não vem ao caso, mas que vão desde lutas contra animais selvagens (leão e javali, por exemplo) ou monstros (como bichos de várias cabeças) até a limpeza de um curral ou roubo de objetos de pessoas poderosas. O sucesso na realização da façanha lhe assegurou a imortalidade e o fizeram subir ao Olimpo e assumir seu lugar entre os deuses que vivem eternamente.

Pois, numa verdadeira vitória hercúlea, o Flamengo Supremo e Imortal superou 6 obstáculos (teríamos, afinal, menos tempo que o herói mitológico) em um dia tão simbólico como a Páscoa Cristã para chegar às finais da Taça Rio:
1) Desconfiança da própria torcida
O Flamengo, apesar de invicto, não vem tendo atuações convincentes. Com isto, parte da crítica e até mesmo da própria torcida ainda não confia plenamente na equipe e teme pela nossa sorte em competições contra adversários mais qualificados do que os que estamos enfrentando. O temor foi ampliado após o empate contra o Horizonte na última quarta, onde tivemos uma atuação simplesmente bisonha.

2) Favoritismo do Adversário
Apesar de toda irregularidade demonstrada pela equipe neste ano, o Florminense, após os resultados do meio de semana, foi apontado pela maior parte dos jornalistas que gosta de dar palpites como sendo o provável vencedor do confronto. As tricoletes assanhadas já cantavam vitória por antecipação. Enfrentaríamos, portanto, um adversário considerado forte e motivado pela recente e improvável, para alguns, classificação na Libertadores. Ou seja, para muitos, não resistiríamos ao nosso primeiro teste de verdade no ano.

3) Contusões e Desfalques
Ao longo do ano, também foi dito que podíamos até contar com bons jogadores, mas nosso elenco não seria forte o suficiente. Pois, devido a uma série de contusões, teríamos que mostrar a força de nosso conjunto.  Primeiro, nossa orquestra perdeu o carregador de piano - Maldonado - machucado no jogo contra o Horizonte. Instantes antes do Fla-Flor, fomos surpreendidos pela notícia de que não poderíamos contar com a presença de nosso tenor, o Ronaldinho. Para piorar, logo no início do espetáculo, também ficaríamos desfalcados do maestro Léo Moura, nada menos do que nosso mais regular jogador na temporada (ao lado do Williams) e principal articulador de nossas jogadas de ataque. A consequência disto, ampliada pelo fator surpresa destas ausências, foi um início de jogo confuso, com o time perdido em campo.

4) Péssima arbitragem
Com o time jogando mal, contra um adversário motivado, ainda teríamos que superar um trio de arbitragem fraquíssimo que permitia a violência gratuita dos Flores e errava na maioria das decisões tomadas. Inclusive, em um lance capital, validou um gol tricolor em completo impedimento (cuja marcação seria facilitada pela linha da pequena área). Assim, teríamos que superar, por causa do erro do juiz, uma desvantagem no placar.

5) Fatores externos
Além dos problemas que tínhamos em campo, também seria preciso superar obstáculos como a forte chuva que caia sobre a cidade e a escuridão (será que o Botafogo pagou a conta de luz?) que interrompeu  o jogo por duas vezes, esfriando as equipes e não nos deixando entrar no clima do jogo. A situação, ruim para as duas equipes, como pode ser observada pela má qualidade do futebol apresentado, era ainda mais nociva para o Flamengo, pelos fatores acima apontados.

6) Tropeço inesperado de nossos mais experientes jogadores
Quando a partida foi para a disputa de pênaltis, ainda tivemos o desconforto de assistir nossos dois titulares mais experientes desperdiçarem suas cobranças, com o agravante do Renato ter pedido a primeira e crucial delas. 

Mas, quando tudo parece desfavorável, é que o Flamengo se mostra mais Flamengo do que nunca, fazendo valer as sábias palavras do saudoso tricolor Nélson Rodrigues:
"Já tem acontecido várias vezes o seguinte: quando o time não dá nada, a camisa é içada, desfraldada por invisíveis mãos. Adversários, juízes, bandeirinhas, tremem, então, intimidados, acovardados, batidos. Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará a camisa aberta no arco. E diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável.".
Assim diante de mais um milagre do Manto, superamos os 6 obstáculos e, inclusive com a graça de jovens batendo penalidades com a personalidade de veteranos, alcançamos 6 gols (1 no tempo normal + 5 de pênaltis) e chegamos a final da Taça Rio. Cabe lembrar que foram desperdiçadas contra nossa bastilha inexpugnável 6 penalidades nas duas semifinais que disputamos (estou somando a este jogo, aquelas que foram perdidas pelos chorões na da Taça GB).

Estamos a apenas uma vitória do título estadual e contra nossos vices favoritos. O bonde, além de continuar sem freio, agora é blindado.

FLAmém!


PS: Para quem gostar de mitologia, recomendo uma série de textos que escrevi, por ocasião da última Copa do Mundo, contando, de uma forma bem diferente e humorada, as desventuras da seleção de Dunga. Segue link para a vitória da seleção brasileira diante da Costa de Marfim http://odisseiabrazuca.blogspot.com/p/capitulo-5.html Para continuar lendo, basta acessar o menu à direita

PS2: Com muita FLAlegria, anuncio o primeiro aniversário deste humilde blog, comemorado agora neste mês de abril. Em homenagem, penso em um #post especial e em uma mudança de layout. Sugestões são bem-vindas. Muito obrigado a todos os leitores que tanto contribuíram para que tal marca pudesse ser alcançada.

sábado, 23 de abril de 2011

É HORA DO ALGO A MAIS

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

É decisão! Não estávamos querendo testar nossa própria invencibilidade? Pois, chegou a hora! O melhor é que foi da maneira que mais gostamos: com a parte arco-íris da imprensa considerando o nosso adversário como sendo o favorito. Só para não dizerem que não falei dos flores, começarei por eles (ou seria por elas?). A classificação deles (ou delas?) na Libertadores foi heróica. Contrariaram a matemática! Pelo feito, eu os(as) parabenizo! Como Flamenguista, gosto da vitória  e tenho admiração por aquelas consideradas improváveis. Mas, vi gente por aí dizendo que o Florminense se classificou pelas próprias pernas, ao contrário do Flamengo que no ano passado precisou de vários resultados favoráveis para passar para a segunda fase. Menos, pessoal! Não é preciso distorcer a realidade. O regulamento da competição era diferente! Em 2010, dos 8 grupos, apenas 6 times que tinham ficado em segundo lugar se classificavam. Ou seja, os (as) tricolores estariam eliminados(as). Ou, ao contrário, se as regras do ano passado fossem a deste ano, nós teríamos passado de fase sem maiores problemas. 

Para a parte da torcida que insiste em fazer do Luxemburgo o Judas a ser malhado neste sábado de aleluia, eu peço paciência. Não há lógica em trocar de treinador em meio a jogos decisivos. Não há tempo hábil para que o novo técnico possa montar a equipe do seu jeito. Imagino que aqueles que pedem a cabeça do Luxa estejam temendo pela nossa sorte nas competições. Então, se tal preocupação virar realidade (toc toc toc), teremos fatalmente um novo treinador para o Brasileiro. Não há porque antecipar os fatos.

É fato que jogamos muito mal contra o Horizonte. Mas, fala sério que alguém esteja realmente com medo de não se classificar na Copa do Brasil. Além disto, lembro que grande parte dos críticos pedia Ronaldinho no meio. Pois, nos dois últimos jogos, foi onde ele jogou e.... infelizmente, nada! A grande crítica que faço ao nosso técnico é na insistência em escalar a dupla de zaga que vem jogando. Angelim joga muito mais do que os dois juntos. Tem que ser titular! Que tal colocarmos em campo a zaga do hexa? Além disto, perdemos nosso cabeça de área. O Muralha está na seleção brasileira, assim sobrou para o Fernando. Péssima opção. Eu prefiro até o afastado Corrêa ou qualquer outro.

Mas, divergências na escalação, eu terei com qualquer treinador. É normal. Natural! Então, não é por este motivo que pedirei outro técnico. Aliás, o único disponível no mercado que vejo em condições de assumir o Flamengo seria o Joel. Mas, vamos abrir o jogo aqui só entre nós. Uma das principais críticas é que temos time para jogar melhor do que estamos jogando. Concordo! Mas, quem já viu algum time do Joel jogar bonito?  Seus times não costumam dar espetáculo, mas serem eficientes (como o nosso está sendo). Ou seja, nada muito diferente. Então, por que mudar? Outra coisa, você confiaria no Joel montando o elenco para o Brasileiro? Os oito volantes do elenco do Botafogo estão aí para demonstrarem o porquê sinto calafrio só de pensar nesta solução. Não foi muito diferente quando esteve na Gávea.

Bem, mas o bom é que amanhã teremos decisão. Nas decisões é que cresce meu orgulho de ser flamenguista. Os corneteiros dão uma pausa e todos os rubro-negros se concentram  no sucesso do time. Aí é que reside nossa força: no grito, nas orações, nos pensamentos positivos de cada um de nós. Aí, sim, o Flamengo é mais Flamengo do que nunca.

Que FLAssim seja mais uma vez,


Faço minhas as palavras do Renato: "A torcida do Flamengo não comparece apenas quando há uma classificação heróica. Ela comparece sempre. Está o tempo todo com a gente e domingo será assim. É hora do algo a mais".

FLAmém!

PS: Nosso vice voltou!

terça-feira, 19 de abril de 2011

SÃO JANUÁRIO, SÃO JUDAS TADEU E O PENALTI DE RONALDINHO

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

São Januário
Fim do jogo em Macaé! São Januário respira exausto, após ter feito grande esforço para ajudar seus protegidos empatarem com o Olaria. Mas, para que sua missão fosse exitosa, precisava evitar a vitória do Flamengo.  Ele se desmaterializa e surge sobre uma nuvem em Volta Redonda, no exato momento em que Diego Maurício cai na área. Pênalti marcado!

Enquanto Ronaldinho se prepara para a cobrança, ele observa São Judas Tadeu em outra nuvem com a sua santa machadinha apontada para o gol. Sabia que o Chefe não gostava muito de que trabalhassem contra alguém. Mas, era preciso fazer algo. O Chefe iria entender. Acreditava que a causa era justa! Não suportava mais tanto sofrimento na face dos vascaínos. Já eram 8 anos sem títulos. Até os botafoguenses estavam cantando para eles o famoso e irônico "parabéns para você". Não podia existir humilhação maior.

Mas, como enfrentar São Judas Tadeu? Então, ele se concentra com todas as forças e vê aliviado a bola de Ronaldinho quase ir parar em sua nuvem. Deu certo! Ele vibra e comemora como se fosse um gol. São Judas Tadeu aparece ao seu lado e o cumprimenta, parabenizando-o! Juntos seguem para o justo repouso nos céus.

A cena foi assistida por vários anjos. Primeiro, ficaram incrédulos. Agora estavam  alvoroçados por presenciarem um dia histórico: o dia em que São Januário finalmente conseguira derrotar São Judas Tadeu. Não achavam que isto fosse possível!

Enquanto todos voavam para contar a novidade no Paraíso, um anjo ficou intrigado com o que tinha acabado de presenciar. Desconfiava que seus próprios olhos haviam lhe traído. Resolveu não acompanhar o grupo. Partiu, solitário, para um trabalho de investigação.

Usando uma tecnologia que os homens ainda demorariam muitos séculos para terem domínio, resolveu rever a cena. Ajeitou a velocidade para um slow motion incapaz de ser observado por olhos humanos. Também, configurou dimensões e forças energéticas. Após repetir a cena inúmeras vezes, utilizando-se de várias configurações, ele teve certeza de que apenas São Januário teve influência no pênalti batido por Ronaldinho. Nenhuma vibração partira de São Judas Tadeu. Disto tinha absoluta certeza. A pergunta era: por que o Santo das Causas Impossíveis não ajudou o Flamengo, mesmo sabendo da interferência de um santo "rival"?

Partiu, assim, para a Morada de São Judas Tadeu. Foi bem recebido e perguntou ao Santo o porquê dele ter se deixado derrotar. São Judas Tadeu, sorri e responde com uma pergunta.

- Quem disse que fomos derrotados?

- Mas.... Ronaldinho isolou o pênalti. O Flamengo irá enfrentar um clássico ao invés do Olaria. Não foi pior para o seu time preferido? - perguntou o anjo.

Ainda sorrindo, São Judas Tadeu lhe responde:
- Adoro a impetuosidade infantil. Sua ingênua curiosidade será premiada! Preste atenção no que irei lhe ensinar, meu jovem anjo! O destino muitas vezes é escrito por linhas tortas! O Flamengo não foi o melhor time do campeonato? Se fosse por pontos corridos, já não seria o campeão e com uma rodada de antecipação? 

Diante de acenos positivos do anjo com a cabeça, São Judas continua:
- Mas, se pensarmos na Taça Rio, o Flamengo teve dificuldades contra todos os pequenos e, também, não jogou bem contra o Fluminense. A única atuação digna de nota foi contra o Botafogo. O que esta partida teve de diferente? Saberia me dizer?

- O time se concentrou fora do Rio. - Disse o anjo, após muito pensar.

- Bem, o retiro foi importantíssimo para a concentração do time e para aliviar um pouco a pressão desnecessária da torcida. Você tem razão! Mas, teve algo a mais. Foi o único jogo em que o Flamengo teve uma motivação para vencer na Taça Rio. Precisava "calar as críticas", como os boleiros adoram dizer. Nos demais jogos, se nem mesmo eu tive vontade de ver, como cobrar empenho dos jogadores?

- Mas, São Judas, o Flamengo irá disputar as semifinais. Isto não dará motivação? Continuo sem entender porque o Senhor não enfrentou São Januário.

- Em primeiríssimo lugar, porque iria me desgastar? Precisava? O Flamengo tem condições de vencer qualquer adversário e, até, agora, neste ano, nem precisou muito de meus esforços. Ao contrário do que vem acontecendo lá na Colina, por exemplo.

- O Senhor está guardando energias..... hummmmmm.......

- Você está começando a entender! Além disto, sabemos que o maior adversário do Flamengo costuma ser ele próprio. Euforia, por lá, logo se transforma em oba-oba. Uma sequência contra Horizonte e Olaria poderia fazer os jogadores relaxarem além do limite e, para a confiança virar soberba, seria um pulo. Conheço bem as coisas lá na Gávea!

- hummmmmmm. Realmente, contra o Fluminense não haverá tal risco.

- Nada como um clássico e contra um adversário que, durante a semana, terá que se desgastar em uma verdadeira batalha. Além disto, Ronaldinho terá que provar que pode ser decisivo. O que pode ser melhor do que um craque mordido? Quero lhe mostrar uma coisa....

Então, São Judas Tadeu pega sua machadinha aponta para uma nuvem que se transforma em uma tela. O anjo nerd, num misto de inveja e admiração pelo fato do santo poder criar sua própria tecnologia, assiste uma cena de torcedores com uma horrorosa camisa cruzmaltina tomados por uma enorme euforia. E não foram só os mortais viceínos, o próprio São Januário também estava radiante.

- Quanta comemoração! É bacana, mas pelo que mesmo? O que ganharam? Acho que entendi o que  Senhor quer dizer. É algo do tipo "quem ri por último, ri melhor", não? Pelo visto, o Flamengo terá seu vice predileto de volta na Taça Rio.

- Será????

Diante de um angelical olhar curioso, o santo completa:
- Do jeito que a coisa está caminhando, periga assistirmos uma reprise da Taça Guanabara, com o Flamengo enfrentando um nanico na final. Vamos aguardar... Agora, permita-me concentrar no que realmente interessa por ora, o jogo contra o Horizonte.

FLAmém!

sábado, 16 de abril de 2011

FIM DA FASE DE TESTES

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!
Foto de Marlin Harms
Está chegando a hora da onça beber água. A hora em que meninos são separados dos homens; os sapos, dos príncipes; os fracos, dos fortes; os simples mortais, dos verdadeiros heróis! Uns cairão, outros sobreviverão e irão comemorar! Está chegando a hora com a qual nós, rubro-negros, mais nos identificamos: o momento da decisão!

O Macaé será o nosso último "amistoso" do semestre. Depois entraremos nas decisões da Taça Rio, do campeonato estadual (que espero nem precisar participar) e a fase crucial da Copa do Brasil.

É fato que estamos invictos e será importante mantermos a invencibilidade contra o Macaé. Também é verdade que temos amplo favoritismo contra o Horizonte pela Copa do Brasil, mas precisamos confirmar isto em campo. O jogo tem grande importância para nossas pretensões. Principalmente o primeiro, que será disputado na próxima quarta-feira no Engenhão.

Assim, teremos nossa última oportunidade de realizarmos testes em nosso elenco e sistema tático. Como vinha dizendo neste espaço, o que mais importava até aqui não era termos um padrão, mas conhecermos nossas limitações e testarmos alternativas táticas e técnicas.

Discordo de algumas opções de nosso treinador. Teria feito mais testes. Por exemplo, ele deu entrevista dizendo que não poderíamos jogar com dois atacantes porque o time se abriria. Mas, com base em que falou isto? Apenas em treinos? Ou nem mesmo nas observações de treinos? Por várias vezes, com o time precisando ganhar, no segundo tempo, ele colocou dois atacantes e.... atingimos o objetivo! Era um teste que eu teria feito contra os bambalas da vida que enfrentamos na Taça Rio. Diego Maurício também poderia ter sido testado como o atacante solitário de nosso esquema.

Ainda temos a oportunidade de disputarmos mais um jogo com pouco valor. É o momento de aproveitar esta derradeira oportunidade. Os pendurados pelos cartões serão poupados. Será ótimo para observarmos o Galhardo em sua real posição e analisarmos o Angelim atuando um jogo inteiro como zagueiro (pena que ao lado do Jean). No lugar do Williams, parece que iremos de Fierro. Eu testaria o Muralha (até mesmo no lugar do Maldonado). Mas tudo bem. Na lateral esquerda, eu colocaria um garoto da base (Jórbison seria o meu predileto). Luxa também poderá optar por poupar Thiago Neves e Ronaldinho, por pelo menos um tempo, escalando Bottinelli e Diego Maurício. Sou favorável!

E você, irmão rubro-negro? Qual seria sua opção? Iria com força total para garantir a invencibilidade, mesmo sabendo que a motivação não seria das maiores? Ou faria os últimos testes? Quais seriam?

FLAmém!

PS: Este artigo foi republicado no Magia Rubro-Negra.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Jogador ou Infra-estrutura: Eis a Questão! Estou no SRN!

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

Com muito orgulho, informo que escrevi um texto especialmente para o blog Saudações Rubro-Negras. Ao contrário do que estão acostumados a ler por aqui, optei lá pela utilização de um outro estilo. Estou propondo um debate sobre qual investimento seria mais vantajoso para um clube: infra-estrutura, como a construção de um centro de treinamento, ou  contratação de um bom jogador, como o Vagner Love.

Solicito aquela tradicional força que sempre me deram colaborando com comentários ou page views. Quem sabe assim o @LuisSRN não compra meu passe. rsrsrs

Agora falando sério, gostaria muito de te escutarquerido leitor rubro-negro. Em sua opinião, valeria a pena também abordar temas de forma menos emotiva, passional e religiosa e apelar para a racionalidade, propondo debates sobre a gestão do Flamengo, por exemplo? Para evitar confusão, nA Palavra da Salvação Rubro-Negra manteria as crônicas mais descontraídas, muitas vezes, utilizando-me de parábolas para dar o recado com ajuda de personagens fictícios, santos, seres mitológicos e até mesmo blogueiros e twitteiros rubro-negros. Já em algum blog amigo, escreveria de forma mais séria, racional  e direta. O que acha?

Então, vamos deixar de conversa e visitar o Saudações Rubro-Negra.

Aproveito para avisar que também apareço novamente no Flamengo Eternamente com a republicação dos 10 Mandamentos de um Flamenguista. Confira!

FLAmém!

terça-feira, 12 de abril de 2011

JOÃO, MARIA E A TAÇA!

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

Jantar romântico.... Bom restaurante, comida saborosa e uma única garrafa de vinho era o luxo possível para as economias contadas dos namorados e estudantes, João e Maria. E, mesmo assim, em uma data especial para ambos. O papo estava bastante agradável, quando Maria falou, observando que a garrafa já estava vazia e sua última taça da noite, pela metade. 

- Querido, o que é bom passa rápido. Nosso vinho já está no final. Que pena! Estava tão bom aqui.

- Maria.... Maria.... Você sempre sendo pessimista...... Nossos copos estão cheios pela metade. Sinal que ainda poderemos aproveitar mais um pouco a companhia um do outro.

Com um sorriso nos lábios, Maria responde:
- Os opostos realmente se atraem. É este otimismo que adoro em você. Como você mesmo diz, quando se é otimista, pelo menos, se sofre menos. Não consigo ser assim. Mas, você tem razão. Ainda podemos curtir mais um pouco. Mas, que nosso jantar acaban....

Antes que sua namorada voltasse a mostrar sinais de pessimismo, João a interrompe:
- Esta conversa me remete aos nossos recentes debates sobre o nosso Flamengo.
- Pois é...., mas o time não vinha se apresentando bem mesmo. Não temos que ficar nos iludindo apenas por causa dos resultados.
- Você dizia que não vencíamos clássicos. Que nossos bons resultados foram frutos de adversários fracos e que nem a vitória sobre o Vasco deveria ser levada em conta, porque os vices estavam em crise na ocasião. Agora, que vencemos o Botafogo, tudo mudou ou o Botafogo também não deve ser levado em conta?
- Ué? O time já se apresentou um pouco melhor, mas não está jogando tudo que poderia ainda não. O Botafogo, de qualquer maneira, também está mal.
- Olha aí você sendo exigente demais novamente. Olha a visão da taça pela metade! Quer dizer que uma vitória contra o Botafogo não é parâmetro para gente, mas é para o Vasco? O mesmo vale para o empate contra o Flu. Quem você vê como nosso grande rival na disputa do estadual?
- Os vices, principalmente!
- ashuashuashuashuashua Meu amor, assim você me mata de rir. Primeiro, uma correção: ex-vices, você quer dizer. Nem isto mais eles conseguem ser. Você critica nossos adversários na Copa do Brasil e enaltece um que empata com ABC e precisa do juiz para ganhar aqui no Rio? Não tem algo errado neste raciocínio? E no carioca? Nossos adversários eram fracos e os dele não? Qual a diferença?

Um pouco irritada com a ironia, Maria responde de forma um pouco ríspida:
- A forma como venceram! Eles golearam os pequenos no carioca? Nós penamos. É bem diferente, não acha?

Notando a mudança no tom de voz da Maria, João lhe faz um carinho e trata de amenizar:
- Adoro quando você entra na pilha..... A própria vitória deles contra o Bangu foi conseguida após uma expulsão infantil de um banguense logo no início do jogo, o que facilitou bastante. E, sábado, apesar de dominarem o jogo, quase tropeçaram na Cabofriense. Será que estão tão bem assim? Além disto, nós já estamos na final. Eles têm que correr atrás. Motivação é tudo!
- Você até pode estar certo, mas o Felipe tem acabado com alguns jogos e o Ronaldinho ainda está devendo.
- Olha a taça..... O que isto significa? Ora, Maria, que o Ronaldinho ainda pode melhorar e o Flamengo evoluir mais. Ou seja, estamos com bons resultados e podemos ainda evoluir. Não é tudo de bom?

Maria fica pensativa e João completa:
- Diga-me, querida, e a nível nacional? Quem você vê como sendo nossos rivais para títulos? Antes você falava que era o Cruzeiro e o Inter, certo? Eu te dizia para esperar, pois com o histórico dos dois técnicos, eles não iriam a lugar algum. E o que aconteceu? Um treinador, o Roth, já dançou!
- Verdade! Mas, o Inter estava bem, nem entendi direito. Mas, vamos deixá-los para lá, pois como você mesmo já me disse uma vez, só iremos enfrentá-los no segundo semestre e, até lá, já mudou tudo.... Que tal o Coritiba? Está com 100% de aproveitamento.
- Coritiba???? Quer dizer que o carioca não é parâmetro, mas o paranaense é? E, na Copa do Brasil, apesar de vencerem os jogos, não eliminaram o jogo da volta nenhuma vez. Que tal arrumar outro?

Maria, no final, acabava sempre concordando com os argumentos do namorado. E gostava do poder de persuasão dele. Olha para sua taça e toma o último gole de vinho, dizendo:
- Acabou, querido! O que me diz agora?

João levanta o braço, chama o garçom e pede a conta.
- Arrá... Deu o braço a torcer. É uma pena, né? Acabou nosso jantar. Adorei! Aliás, acabamos nossa última taça falando somente do Flamengo. Adoro falar do Mengão, mas como podemos fazer isto em qualquer outra ocasião, poderíamos ter aproveitado o jantar para falar de outras coisas.

Já se levantando, após pagarem a conta, João olha com um sorriso irônico para Maria e lhe diz carinhosamente ao pé do ouvido?
- Olha nossa taça pela metade de novo..... Quer aproveitar que meus pais estão viajando e continuar falando das outras coisas lá em casa?

Maria sorri apaixonadamente.

Antes de entrarem no carro, João diz:
- Aliás, por falar em taça, lembrei-me de que com a classificação garantida, faltam apenas dois jogos para levarmos mais uma para a Gávea. A Taça Rio, para mim, já é quase passado!

João pisca o olho, dá um beijo na amada e dirige para sua casa pronto para conquistar a sua taça particular. O Flamengo poderá ficar para depois....



 créditos: 12lindaterry
FLAmém!

PS: Este #post já estava no ar, quando olhei na "Palavra das Pastorais" (menu à direita) e vi que o Fábio Gil fez um artigo na mesma linha do meu. Deixo claro que o dele foi publicado primeiro e garanto que não houve plágio, apenas uma feliz coincidência (feliz, para mim, claro, pois é uma honra ter a mesma ideia do @Urubuzada) .

sábado, 9 de abril de 2011

ROCK DESPEDIDA PRA CACHORRADA DAR TCHAU

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

Uauuu! Uauuu! Uauuu!
Uauuu! Uauuu! Uauuu!
Uauuu! Uuuuuu!...
Baptuba! Uap Baptuba!
Baptuba! Uap Baptuba!
Baptuba!
Uau! Uau! Uau!
Uau! Uau!...(2x)

Time da cachorrada
do uniforme sem cor...
(Baptuba! Uap Baptuba!)
Sem torcida, sem ônibus,
Sem títulos, time sofredor....
(Baptuba! Uap Baptuba!)
Na história de sua vida
Muito chororô e dor....

Time da cachorrada
(Uauuu!)
Do uniforme sem cor....
(Uauuu!)
Time da cachorrada
(Uauuu!)
Time sofredor....
(Uauuu!)
Time da cachorrada
do chororô e da dor...

Tem muito botafoguense por aí
Que não aguenta mais levar
Uma vida de cão....
Eu conheço um garotinho
Que falou pro seu pai
Que quer ser urubu-campeão...

Esse é o rock despedida
Prá cachorrada
dar tchau....
Dar Tchau!
(Bye, Bye)
Dar Tchau!
(Bye, Bye)
Dar Tchau
(Bye, Bye)
Pro estadual....
Esse é o rock despedida
Prá cachorrada dar tchau!

Seja mais urubu
Seja menos canino
Venha para o lado certo
Você já sofre desde menino
Se não um dia desse você
Vai amanhecer latindo
Uau! Uau! Uau!...

Time da cachorrada
do uniforme sem cor...
(Baptuba! Uap Baptuba!)
Sem torcida, sem ônibus,
Sem títulos, time sofredor....
(Baptuba! Uap Baptuba!)
Na história de sua vida
Muito chororô e dor....
 (2x)

Uauuu!
Baptuba, uap baptuba
Uauuu!
Baptuba, uap baptuba
Uauuu!
Baptuba
Uau! Uau! Uau!
Uau! Uau!...(2x)



FLAmém!

PS: "LUTO! Não dá para passar em branco, não dá para esconder - mesmo a sessão de esportes está de luto. A tragédia de Realengo, acredito, é de todas as editorias - policial, política, cultura, mundo e também dos esportes. Por causa dos "brasileirinhos" que se foram mais cedo, ficamos chocados, tristes, em luto, mesmo que faltem palavras para definir nossos sentimentos. Dentro de campo, neste fim de semana decisivo, os minutos de silêncio vão se somar às orações, às homenagens, a momentos de reflexão e tudo aquilo que demonstra que, nas piores fases, somos capazes de sentir pelo próximo e nos mostrarmos humanos, solidários. Temos esperança - os indiferentes, insensíveis e frios ainda são minoria. A alegria e a catarse que o futebol traz a este país vão nos ajudar a, aos poucos, tirar o peso daquela quinta-feira da cabeça, mesmo que nunca a esqueçamos." (Marcelo Adnet - O Globo, 09/04/11)

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O RETIRO

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

Segundo o dicionário Michaelis, retiro é "um lugar remoto e afastado da conversação e vida social, onde alguém descansa das lutas ou dos negócios, ou se prepara para um dever religioso".  A função básica de um retiro é a de deixar um pouco de lado os problemas do dia-a-dia, concentrando-se, em um ambiente apropriado, na reparação das próprias forças, na própria revitalização. Acredita-se que, tomando esta atitude, seja possível elevar os graus de vibração e ser abençoado.

créditos: Peace_ everyStockPhoto
Que o Flamengo, em seu refúgio em Atibaia, possa se retirar da crise "fabricada" (que já foi devidamente comentada neste blog) e achar soluções para os problemas apresentados em campo. Que possa encontrar caminhos para não depender apenas de brilhos individuais para fazer os gols. Que consiga respostas sobre a melhor maneira de escalar Ronaldinho e Thiago Neves. Que alcance a graça de saber como suprir a conhecida deficiência na lateral esquerda sem precisar perder 3 jogadores para uma única função (além do próprio lateral, o Maldonado e o Renato precisam ficar dando cobertura constante). Que os zagueiros encontrem a paz para não se apavorarem nos jogos (e nos apavorar na sequência). Que o ataque passe a existir na prática.

Como será isto? Posso até sugerir que se teste um jovem da base na lateral (Jorbirson, já recuperado da contusão, é o meu preferido). Posso pedir para que seja colocado um zagueiro mais experiente, como o Angelim, já preparando caminho para a chegada do Juan. Posso também orar (e muito) para que o Deivid encarne o Zé Roberto na campanha do Hexa, dê a volta por cima, recuperando a forma e o futebol e, ao invés de uma nulidade em campo, se transforme em um jogador decisivo. Mas, a verdade é que a bola está com o comandante!

Luxa tem, no retiro nas montanhas paulistas, a chance de acertar o time, já que a fase dos testes está no final, e, com uma grande atuação contra os novos vices no domingo, recuperar a confiança da torcida e fugir do barulho.

Em 2010, a derrota para os Chorões na Taça Rio foi a demonstração de que estávamos no purgatório. Pois, que uma boa e convincente vitória contra os mesmos adversários na mesma competição seja a indicação definitiva de que 2011 será FLAbençoado!

Que FLAssim seja!

FLAmém!

sábado, 2 de abril de 2011

MAIS UMA MENTIRA CONTRA O ZICO?

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

Rica Perrone publicou ontem em sua coluna no GE.com um artigo intitulado "Ó, santa paciência", ao qual recomendo a leitura, que trata de um tema que venho abordando aqui: os protestos da torcida do Flamengo, especialmente aqueles feitos por meio das redes sociais.

No entanto, um trecho me chamou a atenção:
"Para vossa informação, apurei hoje que Deivid ganha menos da METADE do que o Adriano ganhava. Essa conta de que “ele ganha o que ganha o Imperador” é mentira."
O jornalista em questão é bem informado e já demonstrou ter boas fontes na fornecedora de material esportivo do Flamengo. Assim, temos tudo para acreditar que a sua informação seja verdadeira. Assumindo-a, então, como realidade, das duas, uma: ou o Adriano ganhava muito mais do que o divulgado; ou o Deivid bem menos do que o que se diz por aí...

Quando Adriano foi contratado o que foi noticiado é que receberia entre R$ 400 e R$450mil/mensais. O que, na época, parecia ser muito acima do praticado no mercado brasileiro. Após o Hexa, chegaram a divulgar que ele teve um aumento e passou a ganhar R$ 600mil. Como dizem que Deivid recebe R$ 480mil  mensais, a conta evidentemente não fecha.

Não acredito que Adriano recebesse cerca de R$ 1MM mensais, até mesmo pelo salário que lhe estão atribuindo nos Gambás. Logo, para mim, a hipótese mais provável é a de que Deivid ganhe muito menos do que o que foi espalhado. 

A pergunta que não cala é: por que espalhariam um salário ainda maior para o Devid? Aí é que está o motivo da minha preocupação, irmãos. A remuneração do Deivid começou a virar notícia pouco após a saída daquele que o contratou. Estaríamos, assim, diante de mais uma mentira que a Corja tentou imputar ao nosso grande Messias? Mais uma para tentar atribuir ao Galo uma uma imagem de fracasso ou coisa ainda pior?

desenho de:
jahyramaral1940
A ironia é que a falsidade pode ter sido desmascarada em pleno Dia da Mentira.


PS: Deixo claro que qualquer um dos salários citados são altíssimos para o padrão de um brasileiro comum e que o Deivid não justificou, até agora, nem mesmo um décimo do que ganhava o Adriano. Mas, o futebol tem um mercado particular e o Deivid, no momento da sua contratação, tinha histórico para justificar um salário, pelo menos, compatível com os demais jogadores do Flamengo. Aliás, se ele não tivesse sido contratado no ano passado, pode ser que muitos de nós, que estamos reclamando dele hoje, achássemos que seria um bom nome para nosso ataque neste ano.

PS2: Hoje é Dia Santo, dia de culto ao Flamengo Supremo.
Templo: Engenhão - 18:30h!
Concentração marcada pelo pessoal do Blog Urubuzada: R Dr Padilha, Ala leste, em frente ao Bar do Peixoto as 16:30/17:00.
Maiores informações com @TozzaFla no twitter

FLAmém!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

A TORCIDA, OS PROTESTOS E O DILEMA TOSTINES

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

Desde a rescisão do contrato do Adriano com a Roma que a Nação se dividiu. Primeiro em relação à contratação do Imperador; em seguida, no movimento #ForaLuxa e, mais recentemente, em um debate sobre o próprio papel de um torcedor, sobre a maneira que este deve se comportar.

De um lado, a liberdade de expressão e o direito de vaiar e protestar quando bem entender; de outro a visão da supremacia do amor, de apoio quase que incondicional ao clube que amamos, estendendo as mãos para ajudar ao time amado sempre que necessário, deixando eventuais cobranças para momentos apropriados. Há bons argumentos por parte de ambas as correntes.

Não há definição do que seja certo ou errado em matéria de torcer ou de amar. É um ato voluntário! Portanto, individual! Cada um deve se comportar da maneira que acredita que irá ajudar mais ao time de seu coração. Obviamente sem violências e respeitando limites de convivência social. Porém, cabem algumas considerações sobre o assunto, especialmente no momento atual.



Estamos diante do Dilema Tostines (quem não se lembrar da propaganda, basta ver o vídeo acima). O Flamengo corresponde em campo quando a torcida apóia ou a torcida apóia quando o Flamengo corresponde em campo. O que vem primeiro?

O fato é que a Maior Torcida do Mundo realmente faz a diferença! Sempre! Para o bem ou para o mal! Quantas vezes equipes modestas vestidas com o manto não obtiveram conquistas memoráveis carregadas que foram nos braços pela Magnética. Por outro lado, por causa da impaciência da Nação Rubro-Negra, quantas jovens revelações da base não vingaram e quantos times do Flamengo que, mesmo parecendo promissores, não deram resultado. A mesma torcida que empurra, também pressiona para baixo.

Isto é natural! Afinal, o Flamengo é gigante por causa da nossa fé. O Flamengo somos nós! O que não quer dizer que devemos fechar os olhos para coisas erradas que, porventura, ocorram no clube. Não podemos aceitar qualquer coisa. Somos impacientes porque queremos vencer sempre. Por isto, somos Flamengo. Quem veste o manto deve honrá-lo e estar preparado para a pressão que é jogar em time de massa.


Mas será que é isto que esteja ocorrendo agora e desencadeando os atuais protestos e reclamações? É comum ler e ouvir críticas de que o time não está jogando bem, não tem padrão tático e só estamos invictos pela fragilidade de nossos adversários. Não discordo, mas será que é esta a Verdade? Será a qualidade do futebol jogado pelo Flamengo o motivo real da tempestade que andam fazendo por aí?

Os adversários que enfrentamos no Carioca não são os mesmos dos outros times? Só nós estamos invictos. Não há qualquer mérito nisto? Ah! O único clássico que vencemos foi o Vasco com problemas com o técnico. Ok! E quem jogou bem algum outro clássico? Certo, o Vasco contra o Botafogo, que, por coincidência, estava com problemas com o técnico Também já ouvi desmerecerem a nossa vitória contra o Boavista na final. Lembro que fomos o único grande a vencê-los e o fizemos por duas vezes. E na Copa do Brasil? Alguém realmente acha que enfrentamos times mais fracos do que os outros grandes? Não temos nenhum mérito em termos passado com facilidade e vários se complicarem? 

Não estaríamos assim sendo impacientes em demasia? Lembro que a temporada teve início há apenas dois meses. Todos ainda estão sendo arrumados. Qual time que já tem padrão atualmente? O Cruzeiro? Tudo bem! Vou esquecer que é dirigido pelo Cuca-não-ganha-nada! Será que o campeonato mineiro é melhor parâmetro do que o Carioca? Ah! Ele está goleando na Libertadores. Verdade! Sei que o Tolima vence o Cortinthians, mas alguém poderia me garantir que ele ou o Guarani do Paraguai venceriam o Boavista ou o Olaria?  Além disto, quantas vezes não vimos o time que começa melhor e encanta a imprensa ainda no primeiro trimestre não chegar a lugar algum. Ainda é muito cedo para análises deste tipo.
Mesmo achando que nosso treinador tem inventado em demasia, não seria o momento apropriado de se fazer experiências? Será que achar um padrão tático no começo de temporada é mais importante do que encontrar alternativas que poderão ser utilizadas em competições mais longas. Não é importante testarmos jogadores em várias posições para sabermos realmente quais carências temos no elenco?

O bom é que, ao contrário dos outros, nós podemos errar, pois já estamos na final. Trocar o técnico agora faria o time realizar ainda mais testes para o novo treinador encontrar a equipe ideal. Solução ou apenas adiamento de problemas? Não estaríamos, com isto, abrindo mão definitivamente das competições do primeiro semestre? Vale a pena?

O problema, então, seria o excesso de poder na mão do técnico? Erro dele ou de quem delegou? E qual opção teríamos para tirar o poder dele? Dar a quem? Ao Super-Helinho ou o Braz?

Além disto, qual a real diferença entre o time exaltado por estar sem freio na Taça Guanabara e o atual? Pioramos? Antes havia padrão e agora não tem mais? Ora, pessoal, as únicas mudanças foram o comportamento da torcida (que como vimos faz toda a diferença) e a não contratação do Adriano, que já é jogador do Corinthians. Logo, feliz ou infelizmente, o Impera não virá mais! Ponto final! Se esta foi a única mudança porque a torcida passou dos incentivos para as vaias? Por vingança contra alguém que foi eleito culpado pela não vinda do Adriano? Pessoal, a Patricia já deu declarações de que não também queria o Imperador. Só que ficou escondida tal qual fez no episódio Zico. (@papo_de_cozinha desculpe mais tive que novamente colocar os dois nomes no mesmo parágrafo) Culpa do mordomo? Assim, o que realmente explica tirarmos a principal força do time, que é o nosso apoio!

Estamos na terceira fase da Copa do Brasil e há apenas um ponto da liderança do grupo na Taça Rio. Se trocar de técnico poderá significa abrir mão das duas competições, que tal darmos uma trégua?  Se o Flamengo não ganhar o carioca e for eliminado prematuramente na Copa do Brasil não acham que o Luxa irá cair? Para que entregarmos as competições de bandeja aos outros?

Voltando ao nosso Dilema Tostines, o ideal, em minha humilde opinião, é primeiro a torcida deixar o time ter paz. Nem é preciso apoiar. Basta não tumultuar! Se a equipe corresponder em campo, a grande massa vem atrás empurrando e aí o Flamengo torna-se mais Flamengo do que nunca. As arrancadas nos Brasileiros de 2007 e 2009 estão aí para provarem isto. A torcida que andava vaiando (em 2007, Joel ameaçou pedir o boné, inclusive) deu uma trégua. Aos poucos os times se acertaram e foram endeusados.

Não vamos matar um projeto sem ao menos lhe darmos o tempo necessário para que seja testado.

FLAmém!