sábado, 29 de setembro de 2012

Ainda sobre a Necessidade de Clubes de Futebol serem geridos de Forma Profissional

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

Estamos aqui reunidos para mais uma Palavra sobre gestão do futebol em geral, num artigo originalmente escrito para o jornal Montbläat


Dando continuidade ao artigo intitulado "Por uma Gestão Realmente Profissional nos Clubes de Futebol", continuarei abordando a necessidade de se implantar um choque de gestão profissional nos clubes de futebol do Brasil.


Todos nós já escutamos histórias de dirigentes que perderam até casamentos por causa da necessidade de dedicação a seus times de coração. No passado, isto fazia sentido! Muitos tiravam dinheiro do próprio bolso para honrar compromissos e resolver históricos problemas no fluxo de caixa dos clubes.

Não dá para negar a importante participação de dirigentes amadores na já centenária história dos clubes brasileiros. Mas, este modelo se esgotou! Há décadas que o esporte em geral e o futebol em particular passaram a contar com recursos cada vez mais volumosos de outras indústrias, tais como: empresas de comunicação e mídia, vestuário, artigos e equipamentos esportivos e anunciantes em geral.

Conforme abordado no último artigo, o PIB esportivo brasileiro tem o tamanho de uma Sérvia e cresce a taxas chinesas. É incompreensível e injusto que clubes com orçamentos milionários sejam representados por torcedores eleitos por um pequeno número de sócios para fazer negócios com profissionais altamente qualificados que representam as empresas parceiras. Nesta balança desigual, fica evidente o prejuízo para os clubes.

Assim se criou um mercado completamente atípico, onde a transferência de ganhos é maior à mão de obra do que aos empregadores. O futebol se tornou um setor onde a maior parte da mais-valia foi para os jogadores e não para os clubes, uma distorção no sistema capitalista, por causa da passionalidade de dirigentes, pressão de torcedores e boa percepção de empresários e intermediários.

Dessa forma, mesmo em um mercado em crescimento constante e de modo exponencial, os clubes mergulharam em uma desordem financeira e caminharam a situações de insolvência, sendo constantemente socorridos por órgãos públicos, com anistias fiscais, por exemplo.

Assim, os principais ativos intangíveis dos clubes de futebol, que são suas marcas e as relações institucionais com a paixão de seus torcedores, ao invés de acompanharem o crescimento do mercado, se deterioraram.

Portanto, não se trata da necessidade de troca de nomes no comando dos clubes, mas do modelo de gestão. É preciso uma mudança de paradigma. É urgente a necessidade de reinventar a forma de administrar os clubes, alijando do processo decisório os dirigentes-torcedores, substituindo-os por executivos contratados e avaliados por metas de desempenho.

 FLAmém!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

NÓS SOMOS O FLAMENGO

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

 Estamos aqui reunidos para mais uma campanha conjunta de blogs rubro-negros


Caro rubro-negro,

Estamos na reta final do Brasileirão! Agora, não importa o que cada um acha da diretoria ou dos jogadores. Se você acredita que time grande não é rebaixado ou se está morrendo de medo. A pergunta que precisamos fazer é: você acredita na força da torcida do Flamengo?

Chegou o momento da torcida! Aliás, já começou neste domingo numa linda festa em Goiás. Precisamos continuar em nossa casa. Você realmente acha que a maior torcida do mundo faz a diferença?

Você acha que uma torcida é capaz de transmitir brio e vontade aos jogadores? Que o calor de uma Nação é capaz de incendiar um time em campo? Que a energia positiva gerada por quem está vibrando nas arquibancadas é capaz de transformar um atleta mediano em herói?

Se você acredita na torcida do Flamengo, você não irá ligar para a apatia de alguns do time, pois saberá que, com a torcida comparecendo, ninguém ficará indiferente. Se você acredita que a torcida faz a diferença, não ficará preocupado com gols perdidos ou bobeadas da defesa, afinal saberá que da arquibancada virá a força para que o time se recupere. Se você acredita na força da torcida rubro-negra, não temerá nenhum adversário ou ficará se lamentando por termos determinados jogadores, uma vez que será a nossa fé que fará o milagre do manto acontecer.

Acreditar que a torcida pode mudar a história não é ser utópico ou sonhador. É ser Flamengo! É conhecer a força da Nação Rubro-Negra. É saber que podemos entrar em campo com milhares de jogadores a mais. Por que iríamos abrir mão de tamanha vantagem? Vamos utilizá-la!

Podemos ficar reclamando do treinador, dos jogadores ou dos dirigentes. Ou deixar isto tudo de lado e comparecer ao estádio para, pelo menos, fazermos a nossa parte. Podemos nos lamentar por pontos perdidos ou ajudar o time a conquistar os que ainda estão em jogo. O que você prefere? Vamos fazer história mais uma vez? O Flamengo está precisando de nós. Com muitos de nós ele poderá contar! E contigo?

Não importa a má fase, não desistiremos jamais do Flamengo! Por isto, nesta quarta, estaremos no Engenhão! Por isso voltaremos ao Engenhão domingo! E iremos quantas vezes faça falta até o Flamengo cumprir o seu triste objetivo desse ano: os 45 pontos.

Afinal nosso sangue é rubro-negro! Nós somos a alma desse time! Nós somos o Flamengo!


PS: Dois setores já se esgotaram e mais de 22 mil ingressos foram vendidos. Vai ficar de fora dessa festa?

Preços
Setor Leste Inferior: R$ 20 / R$ 10 (meia)
Setor Oeste Superior: R$ 20 / R$ 10 (meia)
Setor Oeste Inferior: R$ 20 / R$ 10 (meia)
Setor Norte (Atlético-MG): R$ 20 / R$ 10 (meia)
Setores Esgotados: Sul e Leste Superior

Postos de venda
Clube de Regatas do Flamengo: Avenida Borges de Medeiros, 997 - Gávea
São Cristovão (Campo): Rua Figueira de Melo, 200 - São Cristóvão
Tijuca Tênis Clube - Rua Conde de Bonfim, nº 451;
Rua São João, Número 75 Loja: 37 - (Shopping Popular - Niterói) Não haverá venda no Domingo
Clube Bonsucesso - Avenida Teixeira de Castro 54 - Bonsucesso
Estádio Olímpico João Havelange (Engenhão)
Bangu A.C. - Rua Sul América 950 - Bangu
www.ingressofacil.com.br

FLAmém!

domingo, 16 de setembro de 2012

SÓ A NAÇÃO SALVA!

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!


A situação do Flamengo está desesperadora. Apenas um ponto no returno. Lambanças dentro e fora dos gramados. Porém, pessoas passam, mas a mancha de um rebaixamento, jamais! 

Novamente, cabe a torcida o papel de salvar o time, carregá-lo no colo. Somos especialistas nisto. Então, convido todos a deixarem a raiva de lado e ir ao Engenhão hoje contra o Grêmio e cantar, cantar, gritar, gritar, para transformar aquele estádio sem alma em um caldeirão rubro-negro.


Só a Nação Salva, já dizia o profeta!

FLAmém!

sábado, 15 de setembro de 2012

O mal explicado convite para Marcos Braz e Andrade

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!


Se as informações noticiadas pelo Globo.com na reportagem acima forem confirmadas, trata-se de mais um grande escândalo da administração Patricia Amorim no Flamengo. 

O marido da presidente e Cacau Cotta, vice-presidente do Fla-Gávea, teriam supostamente convidado Marcos Braz para o cargo de VP do Futebol, com a condição de que ele abandonasse a disputa para concorrer a uma vaga de vereador na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, sob a desculpa da necessidade de trabalho em horário integral. Isto para um cargo não remunerado e que historicamente seus ocupantes sempre dividiram as respectivas responsabilidades com as suas atividades profissionais particulares.

Além disto, a notícia também nos traz a informação de que a mesma tática foi utilizada para seduzir o Andrade, também candidato a vereança carioca. A diferença é que ao nosso eterno camisa 6 foi oferecido um cargo remunerado, cujos vencimentos são superiores ao da vaga postulada no legislativo municipal.


A base eleitoral da Patricia Amorim sempre foi o Flamengo e os dois candidatos citados na reportagem disputarão votos no mesmo nicho eleitoral, dificultando sua eleição. Assim, dinheiro e poder do Clube teriam sido oferecidos com a finalidade de atender objetivos particulares da presidente?

FLAmém!

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Por uma gestão realmente profissional nos clubes de futebol

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

O artigo abaixo foi escrito para um jornal virtual, o Montbläat, editado por Fritz Utzeri. Não é específico sobre o Flamengo, abordando a gestão dos clubes em geral

Segundo estudo elaborado pela Pluri Consultoria, o mercado esportivo brasileiro irá movimentar R$ 67 bilhões em 2012, o que equivale a aproximadamente 1,6% de todo PIB estimado para o Brasil ou ao PIB total de um país como a Sérvia. Vale observar que enquanto o produto interno bruto do país teve crescimento médio de 4,2% nos últimos 5 anos, o setor esportivo cresceu 7,1%. Ou seja, ao menos na esfera esportiva, o Brasil apresenta índices chineses de crescimento e a expectativa é que atinja 2% de todos os bens e serviços produzidos por aqui até 2016.

O futebol sozinho deverá movimentar R$ 36 bilhões, o que significa mais da metade do PIB esportivo brasileiro e a produção total de um Paraguai. No mesmo estudo se verificou que os 40 maiores clubes do país deverão faturar R$ 2,5 bilhões em 2012.

O impressionante é que mesmo trabalhando com volumes financeiros tão elevados, as decisões são pautadas na grande maioria dos casos por diretorias amadoras, eleitas por colégios eleitorais reduzidíssimos se comparados ao universo de pessoas interessadas e/ou afetadas por tais decisões.

Vou usar como parâmetro o meu Flamengo, por ter mais conhecimento da causa. No entanto, o exemplo pode ser replicado para praticamente qualquer outro clube. O Mais Querido completou 100 anos de futebol em 2012, ou melhor, um século de amadorismo no futebol e a gestão como pode ser facilmente constatada pelas manchetes diárias de jornais está cada vez pior. Não adianta trocar um dirigente amador por outro, por mais qualificados, bem intencionados ou dedicados que sejam os interessados. A culpa é do modelo amador, que já teve seu tempo, mas que dá mostras de desgaste.

É comum observarmos pessoas talentosas e bem sucedidas em seus negócios particulares fracassarem terrivelmente quando à frente de um clube de futebol. A resposta parece simples: porque todos administram os clubes movidos por suas paixões e vaidades.

Decisões precisam ser tomadas de forma reflexiva e racional. Nenhum empresário bem sucedido age por impulso ou violenta emoção. Mas no futebol sobram exemplos de demissões abruptas, contratações de impacto, apadrinhamentos de todo gênero.

Quando um fenômeno se repete à exaustão é fácil concluir que a culpa não é das pessoas em si, mas sim das regras pelas quais elas atuam. Qualquer torcedor apaixonado seria capaz de demitir um treinador logo após uma derrota, de fazer valer a sua autoridade para exigir a escalação ou barracão de determinado jogador e de empenhar uma boa soma de dinheiro na compra de uma estrela que renda manchetes.

Um clube de futebol é uma instituição cuja gestão, a priori, requer uma cautela ainda maior do que em uma empresa comum. Como os contratos dos atletas e comissão técnica são muito valiosos e de longo prazo, um equívoco provocará efeitos deletérios por meses ou até anos. A repetição de erros em larga escala corrói o orçamento e gera o desequilíbrio financeiro.

Todos os grandes clubes brasileiros são endividados e deficitários. Mesmo em um cenário econômico que lhes permitiu triplicar ou até quadruplicar a receita que tinham há 5 ou 6 anos, suas dívidas continuam a se expandir.

Ora, um negócio no qual a receita cresce velozmente e que nem assim consegue reverter o quadro de insolvência financeira é a prova irrefutável de que o modelo de gestão fracassou.

O conceito de profissionalismo que os clubes precisam implantar é muito mais amplo do que a nomeação de um gerente ou um diretor de futebol; é muito mais do que pagar a alguém uma quantia para que seja feita em troca de salário alguma coisa que já era feita de graça.

A gestão precisa ser independente de opinião, de pessoas, de modismos e se basear em princípios impessoais, conhecidos como princípios de governança corporativa, que não são negociados e não dependem de circunstância ou tipo de indústria, tais como transparência, meritocracia, lisura, equidade, eficiência e efetividade.

Os clubes brasileiros (uns mais outros menos) precisam reestruturar sua gestão para agirem de acordo com o mesmo padrão de rigor exigido de grandes corporações, que, tal como os clubes, movimentam altos valores financeiros e mexem com a vida de tanta gente.

As conquistas esportivas são fundamentais, mas elas não vêm de medidas imediatistas e impensadas. Vitórias virão em maior número, e de forma mais consistente quanto mais o clube for uma instituição séria, sanada, focada em seus objetivos.

Daqui até os Jogos Olímpicos, passando pela Copa do Mundo, o país estará em evidência e o esporte nacional na vitrine do mundo. Com a crise na Europa, investidores cada vez mais procuram informações sobre negócios envolvendo o esporte brasileiro. Afinal, dos países com maiores PIBs que o nosso, 3 possuem pouca tradição no futebol (EUA, China e Japão). Como o citado estudo da Pluri concluía, não podemos nos contentar em sermos o 7º país em valor de mercado dos Clubes, 6º em Faturamento e 13º em público nos estádios.

Para o futebol brasileiro não só se manter o novo patamar, como planejar vôos mais altos, faz-se necessário a implantação de um choque de gestão profissional nos principais clubes brasileiros.

E o tempo está passando!


 FLAmém!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Simulação no GE.com

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

Com o time voltando a apresentar o mau futebol do período pré-Dorival, o fantasma do rebaixamento voltou a aparecer com força em todas as conversas entre rubro-negros. É fato que precisamos de toda união possível para garantir logo os tais 18 pontos restantes (pouco mais de um por cada rodada). A diretoria precisa reduzir o preço dos ingressos e a torcida comparecer e se transformar no terror dos adversários, como só a Magnética sabe fazer É a fé da Nação Rubro-Negra que faz o Flamengo ser o gigante que é. E gigantes não caem!

Para descontrair, fui consultar meus oráculos e fazer minhas simulações no Ge.com. Com a imparcialidade que me é peculiar, fui interpretando os sinais e marcando os resultados. Segue a classificação final, após as 38 rodadas. Quem quiser conferir os placares, basta clicar na figura.


O não rebaixamento do Palmeiras e de nenhum outro carioca não seriam a prova da minha isenção na previsão dos resultados?

FLAmém!

sábado, 1 de setembro de 2012

A QUESTÃO DA ELEGIBILIDADE DO WALLIM

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

Wallim Vasconcelos, candidato à presidência do Flamengo e
Luiz Eduardo Baptista (BAP) coordenador da campanha
Na última terça-feira foi lançada oficialmente a candidatura do empresário Wallim Vasconcellos à presidência do Clube de Regatas do Flamengo. Acontecimento que mexeu com o panorama eleitoral do Mais Querido. Não era para menos. Trata-se de um grupo de bem-sucedidos executivos rubro-negros que dão esperanças a todos de finalmente vermos o Flamengo gerido sob regras empresariais. Na foto acima, Wallim discursa ao lado do BAP, coordenador de sua campanha.

Como membro-fundador da Revolução Rubro-Negra, fico orgulhoso de termos alcançado nosso principal objetivo, que era o de colocar na pauta eleitoral o tema da profissionalização da gestão do clube. O modelo de gestão amadora fracassou e o Flamengo, como carro-chefe do futebol brasileiro, precisa comandar o processo de profissionalização. Hoje todos os candidatos falam de alguma forma na profissionalização. Sucesso total! Agora resta saber quem poderá implantar o choque de gestão profissional e quem fica apenas no discurso.

A chapa Flamengo Campeão do Mundo, encabeçada pelo Wallim, promete "tornar o Flamengo o maior e melhor time de futebol das Américas e um dos cinco maiores do mundo, o melhor clube social e esportivo do Rio de Janeiro, o maior formador de atletas olímpicos e alcançar a excelência no remo" e, para isto, pretende adotar um novo modelo de gestão, totalmente profissionalizado, com executivos contratados, tendo as metas traçadas por um comitê formado pelo presidente e pelos vices. Ou seja, algo idêntico ao proposto pela Revolução Rubro-Negra meses antes. Ponto para um grupo de 43 torcedores (aos quais muitos outros se juntaram posteriormente) por terem dado o pontapé inicial, elaborando um plano para implantar um choque de gestão profissional no Flamengo.

Os nomes que acompanham o Wallim empolgam e dão credibilidade para que possamos ter esperança de vermos o Flamengo finalmente gerido de forma profissional. O candidato é atualmente dono de uma empresa que atua na área de finanças corporativas, a Iposeira, e foi diretor executivo do BNDES e do BNDESpar e membro do Conselho Administrativo da Vale do Rio Doce, entre outras experiências. Com ele estão: 
  1. Luiz Eduardo Baptista (presidente da Sky), 
  2. Gustavo Oliveira (Vice-Presidente da agência Giovanni+DraftFCB),
  3. Frederick Kachar (Diretor da Editora Globo),
  4. Davyd Zilbersztajn (ex-diretor geral da ANP e dono da DZ Negócios com Energia),
  5. Rodolfo Landim (presidente da YXC Óleo e Gás e dono da Maré Investimentos),
  6. Sérgio Brandão (presidente da G2/Brasil, que pertence ao maior grupo de comunicação do mundo, a WPP),  
  7. Flavio Godinho (braço direito do Eike Batista), 
  8. Carlos Langoni (ex-presidente do Banco Central do Brasil), 
  9. Rômulo de Mello Dias (presidente da Cielo), 
  10. Ruben Ósta (presidente da Visa/Brasil),  entre outros. 
Um time de primeira linha, sem dúvida!


No entanto, um tema apareceu nos debates rubro-negros de forma tão forte quanto o próprio lançamento dessa chapa: a condição de elegibilidade ou não do candidato. Afinal, Wallim Vasconcellos pode ou não ser candidato a presidente do Flamengo?

Não pretendo responder a essa pergunta, já que isto é função do Conselho de Administração do Flamengo, responsável por homologar as chapas dos candidatos aos cargos eletivos. Além disto, se colocarmos vários juristas para analisar a questão, há o risco de termos uma série de opiniões divergentes. Meu objetivo aqui é explicar o problema aos torcedores rubro-negros, já que os meios de comunicação vêm abordando o tema de form um tanto quanto superficial. 

O problema está relacionado à interpretação do estatuto do Flamengo. O Art. 153 trata das condições gerais para o exercício do direito de voto e estabelece, entre outras, que o sócio deverá:
"IV - ter mais de dois anos de vida associativa ininterrupta, se Proprietário, e três anos, se Patrimonial ou Contribuinte, contados da data de admissão;"
Já o Art. 154 estabelece as regras para alguém poder se candidatar a qualquer cargo eletivo no Flamengo e, entre elas, menciona que deve ter direito a voto (portanto estar enquadrado nas condições elencadas no artigo anterior) e:
"e) ter mais de cinco anos de vida associativa ininterrupta"

O estatuto do Flamengo é a Constituição do Clube e é quem determina
as regras para poder ser candidato ou eleitor no clube

Wallim se tornou sócio patrimonial do Flamengo na década de 70, quando muitos que estiverem lendo estas linhas ainda nem eram nascidos. Porém, em um determinado momento deixou de pagar. Eu mesmo já fui sócio patrimonial e também deixei de pagar por acreditar que não estava tendo retorno em relação ao dinheiro que investia, já que não frequentava a Gávea. Em 2010, ele resolveu voltar a vida associativa do Flamengo e adquiriu um título proprietário. Porém, em 2011, a atual diretoria resolveu conceder uma anistia  irrestrita, segundo noticiário à época. Com isto, Wallim vai ao clube se informar e na sua carteira de sócio passa a constar que é sócio desde 1975, gerando condições para que possa lançar sua candidatura.

Mas, quem dera que as coisas fossem simples assim. Se observarmos o estatuto iremos observar que há uma diferença entre votar e ser votado que é a expressão "contados da data de admissão" que aparece no art 153 e não no 154 (releiam acima). A expressão não constar nas condições de elegibilidade faz com que surjam as seguintes indagações:
  1. apenas para votar o tempo irá retroagir até o momento em que a pessoa se tornou sócia do Flamengo? Assim, Wallim poderia votar, mas não ser votado?
  2. o legislador teria esquecido de colocar a mesma expressão  nos dois artigos, pois a principal regra para ser candidato é poder votar? Assim, Wallim teria totais condições de ser candidato?
  3. A anistia concedida teve caráter irrestrito. Isto significa que os sócios tiveram sua inadimplência perdoada sem qualquer restrição. Portanto, não haveria o que se falar em interrupção já que houve o perdão? Desta forma, Wallim seria sócio interrupto desde 1975, como aparece em seu documento oficial de sócio e teria preenchido as condições de elegibilidade?
  4. O estatuto fala em períodos ininterruptos, mas não diz que são os imediatamente anteriores ao pleito. Desta forma, poderia se entender que basta o sócio ter qualquer período de cinco anos sem interrupção para poder ser candidato? Ou seja, por esta interpretação Wallim também poderia ser presidente do Flamengo.
Os juristas e os Conselhos do Flamengo ainda deverão debater muito o assunto.  Como vêem as possibilidades de interpretação são muitas e uma delas é desfavorável ao Wallim. Quem tem ou não razão, veremos nos próximos capítulos. Só espero que a novela não seja longa e penosa ao Flamengo, com uma série de recursos, inclusive no judiciário e que a elegibilidade de um presidente do Flamengo não fique ao arbítrio de juízes, gerando uma instabilidade institucional, uma vez que liminares e decisões judiciais poderiam fazer o clube ficar mudando de presidente ao longo do mandato, sob risco até de anulação de atos. O clube deve estar acima de vaidades pessoais.

O que achou? Ainda ficou com alguma dúvida? Qual a sua opinião sobre a elegibilidade do Wallim Vasconcellos?

Enquanto comentam abaixo, assistam dois vídeos produzido pela @cidagomes sobre o assunto. Em um, quem fala é o Wallim e em outro o BAP.



FLAmém!

PS: Estamos em ano eleitoral e vamos escolher um candidato a prefeito e outro a vereador, que é o responsável pela criação das regras que regulam uma cidade. Daí a importância de analisar bem e escolher com critérios em quem irá votar para vereador para que confusões como esta não atrapalhem o seu dia-adia.

PS2: A anistia foi concedida por uma atual vereadora e candidata a reeleição. Se fosse alguém com mais zelo da condução de seus atos não teria definido mais claramente o que abrangeria e o que não abrangeria o o perdão? Será que Patricia Amorim merece seu voto para vereador?