Salve, Salve, FLAleluia!
Desde que se tem notícias da existência humana, há dados que vinculam a cultura, por mais primitiva que seja, com a busca de algo que poderíamos considerar como sendo religioso. No entanto, mesmo a religião estando, talvez desde o início dos tempos, ligada ao homem, não é fácil de ser conceituada. Afinal, o que é religião? O que realmente significa?
Uma das formas mais elementares de se buscar a definição de alguma coisa é analisarmos sua etimologia. Pois, para a maioria dos estudiosos, a palavra religião é derivada do latim religio, religare, significando "religar", "ligar bem", "prender". Deste modo, poderíamos conceituar religião como sendo uma ligação entre as pessoas e estas a uma força superior. Trata-se, portanto, de um conceito bastante abrangente. Não estaria correto dizer que o Flamengo promove a ligação de um grupos de pessoas a uma força superior (o próprio clube)? Portanto, etimologicamente falando, o Flamengo é uma religião - a minha religião!
Tal qual a arte e a tecnologia, a religião é um fenômeno inerente à cultura. Não há registro histórico de qualquer agrupamento humano onde não se tenha professado algum tipo crença. Muitas sociedades não se utilizaram da palavra religião propriamente dita, mas continham elementos considerados sacros ou profanos e tinham fé em uma espécie qualquer de força superior. Para, nós, Flamenguistas, não há elementos que nos são sagrados e outros profanos? O que representa, para nós rubro-negros, o nosso manto? E as camisas feias dos rivais? O que é o Maraca para nós? Assim, o Flamengo é uma religião - a minha religião!
As religiões representam um fenômeno social pelo qual se estabelece um conjunto de crenças em divindades e são exercidas normalmente por meio de rituais, considerados sagrados. Pois, em jogos do Flamengo não existem ritos que a torcida segue religiosamente? Também, não acreditamos na força superior de quem está usando o manto? Não temos até o nosso Messias, aquele que liderou nossa libertação mundial? Logo, o Flamengo é uma religião - a minha religião!
Dentro deste mesmo conceito, religiões possuem cultos ou missas celebradas em homenagens a suas divindades. Analisem um jogo! Vejam se não estamos celebrando lá nosso culto ao Flamengo Supremo! Por conseguinte, o Flamengo é uma religião - a minha religião!
Por falar em celebração, religiões costumam ter períodos temporais especiais. Nós, flamenguistas, também temos nossa Páscoa (a Conquista do Mundial), o nosso Natal (Aniversário do Zico), etc. Assim sendo, o Flamengo é uma religião - a minha religião!
Os sistemas religiosos possuem dogmas e têm como finalidade a salvação! Quem aqui ousaria negar que a salvação é rubro-negra e contestar a superioridade do Flamengo como sendo uma verdade absoluta! Por consequência, o Flamengo é uma religião - a minha religião!
Quantas vezes já não ouvimos ou dissemos que torcer pelo Flamengo é fechar com o certo! A definição de certo e de errado não estaria ligado a conceitos religiosos? Sem dúvida, ainda mais quando tais conceitos, como é o caso, estão relacionados às palavras bem e mal. Em outras palavras, o Flamengo é uma religião - a minha religião!
Os críticos dizem que religião é uma espécie de ópio do povo, que serve apenas para que as pessoas transfiram suas próprias frustrações. Ora, não é o mesmo que as más linguas falam do futebol? Por outro lado, os religiosos dizem que a atitude de seguir determinada religião promove a paz interior, acalma, supre necessidades e ajuda a livrar os homens de suas angústias. Ora, quem fica angustiado após um gol do Flamengo? Quem daqui já não se sentiu nas nuvens ou em paz após uma grande conquista? De um modo ou de outro, o Flamengo pode ser conceituado como religião - a minha religião.
Há religiões que pregam a existência de um Deus único, para outras há uma pluraridade de divindades. Há, ainda, quem considere Deus como sendo "Tudo"! Pois, para mim, o Flamengo, é Tudo, é Único e é Plural! Desse ponto de vista, o Flamengo é uma religião - a minha religião!
Outrossim, poderíamos explorar a existência de diversos outros fatores que unem conceitos de religião aos costumes estabelecidos por nós, flamenguistas, tais quais: dependência (dependemos ou não do Flamengo para termos um dia feliz, por exemplo), adoração, fé, mistérios (alguém consegue explicar o que sentimos pelo Flamengo ou coisas que acontecem com o Mengão?).... Porém, acho que já é suficiente. Para mim, o Flamengo é uma religião verdadeira - a minha religião. E para você?
Afinal, se Deus é brasileiro, ele há de ser flamenguista, certo?
FLAmém!
Pois é Jeff,
ResponderExcluirO sentimento é parecido, as duas coisas se confundem apesar de conceitos distintos que não devem ser discutidos aqui.
No nosso caso, a Nação pode ser comparada ao número de devotos de uma religião ou seita chegando a ser de quantidade superior aos seguidores de algumas delas.
Com relação a fé, nem se fala, acredito que em dias de jogos 80 a 90% da Nação se coloca a frente as TVs do país e mundo para ver nossos jogos, nossos rituais. Sem falar dos milhares que freqüentam religiosamente os diversos templos que temos espalhados pelo país onde também realizamos nossos ritos. Não conheço religião com freqüência tão assídua.
E ontem, esse sentimento se tornou mais latente. O que senti ao saber da estúpida e passional decisão da cbf em tentar reduzir o número de conquistas do Mais Querido mexeu comigo. E mexeu de uma forma indescritível.
Eu disse tentar por que nada fará com que 35.000.000 aliados a outros que entendem que uma conquista obtida dentro do campo e seguindo as regras, nunca poderá deixar de ser considerada apenas por uma reles e safada canetada.
Podemos não ser os Campeões de Direito, mas nunca deixaremos de ser os Campeões de Fato e isso é o que importa.
A pergunta que fica é porquê nossa corja de cartolas não resolveu essa pendenga há 20 anos atrás?