Salve, Salve, FLAleluia!
Tudo indica que o Flamengo terá que ser muito Flamengo na difícil batalha que teremos logo mais em nossa estreia na fase de grupos da Libertadores. Embora não tão badalado, o Club Atlético Lanús é um tradicional representante da escola argentina. Ano passado, o time foi vasco-campeão do torneio clausura, ficando atrás apenas do Velez Sarsfield. Depois, teve uma queda brutal de rendimento, terminando o apertura somente na sexta colocação e, neste ano, foi eliminado da Copa Argentina pelo inexpressivo Barracas Central, que não passa de um Madureira portenho, com as cores do Bangu.
Porém, na última sexta-feira, nosso adversário parece ter afastado a crise ao golear o San Lorenzo por 4 a 1 e, por isto, precisará de um bom resultado conosco para espantá-la em definitivo. O que torna o confronto ainda mais complicado do que naturalmente já seria. Assim, todo cuidado será pouco lá em "La Fortaleza", como é conhecido o estádio do Lanús.
Por causa de uma expulsão, após o final da partida de nossa despedida na Libertadores de 2010, Vágner Love mal reestreou e já será desfalque. Assim, não poderemos contar com nosso único atacante que parece ser móvel. Resta torcer para que Ronaldinho, motivado pela convocação e com o bolso cheio, não se esconda lá no canto esquerdo do ataque e honre o alto salário que o Flamengo lhe prometeu pagar. Na meia cancha treinamos ontem com Williams, Maldonado, Renato e Bottinelli. Se for esta a escalação, Joel priorizará a experiência, em detrimento da velocidade, com a saída do Luiz Antônio, absurdamente vaiado em um joguinho já decidido. Outra opção treinada foi a entrada do Airton no lugar do Bottinelli, favorecendo a marcação.
Nosso adversário também terá desfalques importantes: Camaronesi (campeão do mundo com a seleção italiana) e Regueiro (experiente meia-atacante uruguaio). Porém, mesmo assim, o time deles é bom, o que mostra a força do seu elenco. Teremos que ter cuidado principalmente com o habilidoso meia Valeri (que já foi comparado a Riquelme), o jovem meia-atacante Juan Neira (provável substituto do Regueiro) e o centroavante artilheiro Pavone.
Fora de campo, mais uma demonstração do quanto o Flamengo precisa se organizar. Um grupo de heróicos rubro-negros dos mais variados lugares deste país resolveu encarar todas as adversidades de até 12 horas de viagem (para alguns), sem contar o tempo perdido com conexões e atrasos, para assistir a um jogo na periferia de uma grande cidade estrangeira. Sem apoio algum do Flamengo, que sequer forneceu informações sobre como poderiam adquirir ingressos, um dos integrantes, Walter Monteiro (Embaixador da Nação no Rio Grande do Sul - Fla-RS - e sócio proprietário do clube) entrou em contato com a área de Relações Públicas do mandante do jogo, por meio de um email obtido no site oficial deles. A RP do Lanús foi gentil e prestativa respondendo as suas dúvidas com agilidade, enviando mapas para facilitar a chegada à "La Fortaleza", indicando as opções de transportes a partir do centro de Buenos Aires, fazendo recomendações como a de não irem de uma cidade a outra vestidos com o manto e garantindo que não haveria problema para que conseguissem os ingressos e que toda galera ficaria em um local reservado dentro do estádio. Será que o Flamengo não poderia ter tomado tal iniciativa para ajudar quem se aventura a dar uma força para o nosso esquadrão? E se um torcedor do Lanús quiser fazer o mesmo no jogo da volta, será que teremos alguém para fornecer informações semelhantes?
Uma dica para nosso time se impor desde os primeiros minutos é imaginar que a camisa rosa-grená deles é a do Florminense. Gostaria muito de ver em campo a coragem pregada por nosso treinador na coletiva para jornalistas argentinos ontem. ¿Puede to be, Joel?
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