terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Os idiotas da objetividade e a mística do time que não cai

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!


"Em futebol, o pior cego é o que só vê a bola. A mais sórdida pelada é de uma complexidade shakesperiana. Às vezes, num córner bem ou mal batido, há um toque evidentíssimo do sobrenatural" (Nelson Rodrigues)

Time grande não cai! Como não? E racionalmente enumeramos Vasco, Fluminense, Botafogo, Palmeiras, Grêmio, Corinthians, Atlético MG.... E o Flamengo? Claro que poderia cair, apressam a dizer em frases acompanhadas de inúmeros argumentos lógicos. Pobre lógica! 

Flamigos, lembram-se da ISL? Da humilhação de um presidente algemado? Mas, olhem ao redor. Todos os clubes que perderam seus mecenas, seja na forma de investidores ou patrocinadores, onde foram parar? Pois é, com impeachment e tudo não visitamos o inferno. Time Grande não cai!

Não adianta tentar me convencer com argumentos de que o Flamengo é um time como os outros. Que antes deles caírem também tinham a mesma convicção. Até o momento em que fizeram menos pontos e... foram rebaixados. Será mesmo? Tem tanta certeza assim? Como diria o poeta "há tantas razões para duvidar e uma só para crer". Observe! Há algo que vai além da pobre compreensão humana.

Na experiência da não-gestão dos anos de trevas da Patrícia nem sequer entramos na Zona. Ali havia perigo. Então, de alguma forma, ficamos afastados. Não tente entender. Mas, não lute para rejeitar o que não pode explicar. Fato é fato!

Time Grande não cai! Eis a verdade, mas que nós mesmos recusamos a aceitar. Falta-nos fé. Todo ano, mal o campeonato começa as redes sociais são invadidas com as profecias do apocalipse.

"Um honroso e horroroso 16º lugar será lucro", vaticinam... até que ao final, exclamam:
"Ah! Mas, passamos sufoco!"
"Se não tivéssemos vencido tal jogo..."

Podia ser menos sofrido.... Podia ser mais planejado... mas, acontece, que no fim, tudo dá certo. Aceitem! Até o arco-íris sabe disso. Que outro clube teima em lutar contra o manual e, mesmo assim, quando tudo termina, pode comemorar. Quantos taças podemos mostrar àqueles que duvidavam. Sim, para alguns, essa surpresa positiva é mais gostosa do que a decepção. Não é para esses que falo. Também não estou fazendo apologias à bagunça. Se é assim, sem métodos adequados de gestão, imaginem quando tudo estiver funcionando nos conformes. Seremos imbatíveis!

Este ano essa mística ficou ainda mais nítida.  2013, com dívidas e problemas acumulados, já começou mal. Planejaram um período sabático para o clube, em nome da arrumação da casa. Como pode? Propuseram apenas deixar o tempo passar. Ora, Arthur da Távola, apesar de tricolor, já dizia que Ser Flamengo:

"é ousar, é contrariar norma, é enfrentar todas as formas de poder com arte, criatividade e malemolência. É saber o momento da contramão, de pular o muro, de driblar o otário e de ser forte por ficar do lado do mais fraco. É poder tanto quanto querer. É querer tanto como saber; é enfrentar trovões ou hinos de amor com o olhar firme da convicção."

Então, absurdamente e contra a própria história, o clube seguiu o caminho trilhado conforme planejado. Metas sem ambição trazem resultados medíocres! O tempo passava e os adversários idem. O pânico tomava conta. Não faltavam argumentos sólidos para mostrar que o risco desta vez era real. Quem poderia negar? Só os tolos, diziam.

Até mesmo os de fé mais firme relutaram e chegaram a negar por três vezes a Supremacia do Flamengo em um determinado momento deste ano. O time fraco estava agora só, abandonado pela principal estrela: o técnico que faria com que eles evoluíssem. Mas, eles, coitados, não entendiam o que o grande comandante queria dizer. E esse os deixou. Em um momento de queda. Sem maiores explicações. Ficou apenas um "Tchau, Mano!".

Pois ali, quando qualquer outro clube entraria em uma fase de declínio, o Flamengo soube ser Flamengo. Da diversidade, encontramos a unidade (certo, Vivi?). A equipe se uniu e encarnou o verdadeiro espírito. A torcida compreendeu e compareceu. O urubu, mais uma vez, tal qual a fênix, ressurgiu. Forte! Determinado! Pronto para dar o bote!

Os idiotas da objetividade exploram as estatísticas (como cansei de fazer em debates em fóruns rubro-negros), buscam argumentos, mas deixam escapar o óbvio ululante. Há algo de místico, de sobrenatural, no futebol. Creia você ou não. A bola não entra por acaso, mas é guiada por algo que não podemos ver, mas que todos nós sentimos.

Pois é sempre ali, naquele momento em que acreditamos que o Flamengo precisa da gente. Em que pregam força do outro lado. Em que nos tiram o favoritismo, a condição de supremacia. Neste momento, neste exato momento, em que o urubu parece que será abatido, que todos nós, pessimistas ou otimistas, medrosos ou corajosos, pobres ou ricos, da favela ou da cobertura, fanáticos ou relutantes, confiantes ou reticentes, temos uma só crença: vencer, vencer, vencer! As almas se juntam. Os corações parecem que vão explodir. E essa força é transmitida aos bravos lutadores em campo, que se tornam heróis. Monstros sagrados! E a bastilha se torna inexpugnável! Enquanto isso... mais um gol do Brocador!

Uma vez, Flamengo....
Time grande não cai! Nós não deixamos cair!
Parabéns Nação!



 FLAmém!

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