sexta-feira, 2 de julho de 2010

CASO BRUNO

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra

Salve, Salve, FLAleluia!

Relutei bastante em tratar aqui do assunto do suposto assassinato da mãe de um suposto filho do Bruno. Como sabem, este é um blog sobre a religião rubro-negra. Gostar de filmes policiais, não faz de mim um detetive. Mas, para atender pedidos via email e twitter e, pelo fato do problema vir interferindo na imagem do Flamengo Supremo, rendo-me e tratarei de tema tão inoportuno.

Pois bem, como, em se tratando de Flamengo, imparcialidade nunca foi meu forte, começarei dizendo o que acho do principal suspeito. Sou fã do Bruno como goleiro. Atenção: apenas como goleiro! Já nos salvou inúmeras vezes. Andou falhando nos últimos jogos, é verdade! Porém, para mim, no campo esportivo, ainda tem crédito. No entanto, o problema não está no atleta, mas no homem. Intempestivo, temperamental, nervoso, ele demonstra, frequentemente, sinais de desequilíbrio emocional. Para piorar, é o capitão do time. Um absurdo! Herança maldita do Cuca, o técnico chorão. Aliás, trata-se de outro sujeito desequilibrado emocionalmente. Deviam, dessa forma, se entender. Absurdo maior é que, mesmo com Cuca tendo sido, felizmente, despachado para longe, ninguém mudou essa situação. Assim, o nosso capitão foi assumindo ares de porta-voz e o desastre não tardou. Foram inúmeras as besteiras ditas por ele. Não preciso relembrá-las.

Assim, o sumiço de uma mulher que brigava pelo reconhecimento da paternidade de uma criança, por parte do Bruno, coloca-o, obviamente, no meio do furacão (e, infelizmente, leva o Flamengo junto). A polícia tem o dever de trabalhar com as hipóteses de que possa ter ocorrido um homicídio e de que o jogador esteja envolvido no crime. Até aí, tudo inconveniente, mas dentro do que mandaria o manual policial.

O problema começa na forma como nossa imprensa levianamente trata do assunto. Como acontece sempre que alguém famoso é envolvido em algum escândalo, imediatamente aparecem alguns abutres, travestidos da nobre profissão de jornalista, condenando o sujeito previamente e, levando, assim, a opinião pública, tão facilmente manipulável, junto. Jornais são vendidos! Page-views crescem. Pronto! Fatura-$e, e muito, em cima da desgraça alheia.

Desculpem, mas sou um democrata convicto e um dos pilares da democracia é o direito ao contraditório e a ampla defesa. Em alguns países, é proibido divulgar notícias de provas policiais. Não chegaria a tanto. Mas, que pelo menos, respeitem a ética: sempre que mencionarem o nome de alguém envolvido em um caso como o do Bruno, o suposto envolvido deveria ser tratado como suspeito e não como culpado.

No caso específico, cheguei a ler uma manchete de primeira página que dizia que a polícia havia encontrado, na ocasião, vestígios de sangue no carro do jogador. Ao ler a matéria, o texto dizia que haviam sido encontradas manchas que poderiam ser de sangue humano. Convenhamos, entre ser e parecer há uma enorme distância. O problema é que a quantidade de pessoas que lêem uma manchete na capa de um jornal é infinitamente maior do que os que lêem a matéria inteira. Portanto, é ou não é leviano tratar um assunto dessa forma?

No dia seguinte, entretanto as notícias dessa mesma imprensa davam conta de que as manchas seriam realmente de sangue humano. Podemos acreditar no que veículos assim publicam? Mesmo sempre desconfiando, aceitarei aqui tal fato como sendo informação verdadeira. Aí, agindo como advogado do diabo, apenas para demonstrar que as coisas são bem mais complexas do que aparentam ser, gostaria que me tirassem uma dúvida. Por que alguém, que estaria supostamente escondendo um crime e que tivesse um veículo com qualquer envolvimento, direto ou indireto, no eventual ato criminoso, deixaria o carro em um depósito de um órgão do governo por falta de documentos por mais de 20 dias? O normal não teria sido mandar um despachante no dia seguinte para retirar o veículo de lá? Atenção: não quero dizer que o Bruno seja, com isso, inocente. Não estou absolvendo o cara. Mas, as provas, ao menos, por enquanto, são inconclusivas para condená-lo.

Não é minha intenção inverter papéis, tratando a suposta vítima como ré. Mas, ela se gabava de ser uma maria-chuteira. Entendam, por favor, o que quero dizer. Isto não dá direito de ninguém maltratá-la, bater nela e, muito menos, assassiná-la. É óbvio! Portanto, não deturpem o que estou querendo dizer. Contudo, o Bruno não teria como desconfiar de que o filho não fosse dele? Entretanto, para o bem da criança, ele deveria se submeter a um teste de paternidade. A dúvida já teria sido sanada. Além disso, alguém estranharia se uma mulher com tal conduta, que pode estar utilizando uma criança como objeto de chantagem, tivesse abandonado o bebê, (por, por exemplo, não ser filho do jogador) e fugido? Novamente, não estou defendendo o Bruno e, muito menos, dizendo que a vítima é a ré. Estou apenas trabalhando com suposições contraditórias, mesmo que mais improváveis. É assim que acredito que se deva agir.

Concluo dizendo que não importa a minha opinião. Se acho que o Bruno estaria realmente envolvido? Se acredito que tenha existido ou não um homicídio? O que me incomoda é a forma como nossa imprensa trata de casos assim e o dano irreparável já causado à imagem da instituição. A diretoria fez muito bem em afastá-lo.

Torço para que a mulher esteja viva. Até aqui, o que realmente há, é a tristeza de ver uma criança sem mãe. Mas, as apurações devem ser levadas até o fim e os culpados punidos.

Quanto ao Flamengo, o Lomba parece estar treinando bem, mas ainda o acho “verde” demais para ser o titular pelo restante do Brasileiro.

Desculpem-me tocar em assunto tão impróprio e fugir da linha tradicional deste blog.

Que os próximos assuntos possam ser mais agradáveis.

FLAmém!

PS: Agradeço ao devoto Renêe Carlos Marques, fiel seguidor da @IgrejaFlamengo no twitter, por sugerir que eu fosse porta-voz de um texto para dar força ao Fábio Gil, o @urubuzada. Mas, felizmente não será mais necessário, uma vez que nosso admirado irmão rubro-negro já retornou às suas atividades blogueiras, inclusive, trazendo-nos as boas novas da recuperação de suas familiares queridas. Ótima notícia!

PS2: Fiquei triste, mas não revoltado com a seleção. Acho que os jogadores se empenharam. Houve erros, é verdade, mas nada para colocar toda a culpa em cima do ombro de alguém. 2014, daqui a pouco já estará por aí. Enquanto isto, vamos para o Hepta, que é o que realmente importa!

PS3: Parece que Montillo acertou com o Cruzeiro. Perdemos ótimo reforço.  Azar o dele. Fechou com o errado!

8 comentários:

  1. Perfeito! Não tenho nada mais a dizer!
    SRN

    www.flamengoaspirinaseurubus.blogspot.com
    www.magiarubronegra.com.br
    twitter: @NivinhaFla

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  2. Perfeito seu texto, FLAPastor JEFF!

    Me causa asco, ojeriza, a forma como a mídia trata destes tipos de caso. Ando muito revoltado também com a forma leviana e medíocre com que certas pessoas, no twitter, têm tratado deste caso, que é sério e para a polícia desvendar e a justiça julgar, se for o caso.

    Abraços, SRN e FLAmém!
    Panta.

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  3. Ótimo texto.
    Sou da mesma opinião. Caso se confirme o boato de que ele seja mesmo o culpado, espero, não só como mulher, mas como ser humano, que seja devidamente punido.
    Por outro lado, gostaria muito que tudo não passasse de um mal-entendido, que a Eliza esteja viva e que cuide de seu filho, e que o Flamengo tenha "de volta" aquele que foi escolhido para representar o time e que por este muito já fez.
    Saudações Rubro-Negras, FLAmém! Beijos, Nação.

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  4. Amigo, bem argumentado. Só tem uma falha aí. Quem elevou o Bruno de suspeito a quase criminoso não foi a mídia. Foi a polícia. E aí não tem jeito, a imprensa apenas repercute. A boa imprensa segue tratando como suspeito.

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  5. O complicado da história é que (quase) sempre que acusam alguém de alguma coisa, o público imediatamente julga culpado. Pode ser que seja, claro, mas por que essa ânsia em culpar? Talvez seja pelas injustiças, pela corrupção e abusos que vemos toda hora. Mas vale a pena, nessa sede de justiça, corrermos e cometermos mais injustiça nós mesmos?
    Pode ser algo bem diferente: a garota pode ter denunciado ele pra chamar atenção e alguém com ciúmes (homem com ciúmes da estudante ou mulher com ciúmes do jogador) deram fim nela. Ou ela estava tão apaixonada que não aguentou mais ficar num lugar com tantas memórias e se mandou.
    O fato é, que provas temos até agora?
    É impressionante como os torcedores dos outros timinhos e parte da imprensa, morre de inveja do Melhor do Brasil e tem a necessidade de inventar mentiras para tentar prejudicar o Flamengo.
    Que triste situação...terrível para a família,o desaparecimento de algum familiar.
    Que as investigações continuem e que seja tudo devidamente esclarecido.
    Torço muito para que Eliza seja encontrada viva e muito bem de saúde,e tudo não passe de um grande susto. Que venha a definição se a criança é mesmo filho de Bruno,e sendo, que ele assuma sua responsabilidade.
    Gosto muito do Bruno como goleiro no Flamengo e espero muito que ele seja totalmente inocente dessa acusação e que tudo não tenha passado de um mal entendido.

    www.twitter.com/carlaveronica1

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  6. A imprenssa erra por apelar e ele por dar motivo e espaço para ela fazer isso.

    Infelizmente não se faz mas ídolos como antigamente...

    e tenho dito.

    SRN

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  7. Texto sensato coerente e sem agredir ninguém, é difícil escrever sem pensar em faturar ou ridicularizar ??
    Obrigado pela menção do que pedi e 1000 desculpas pois ontem não vi seu post, só agora a pouco que eu vi ...

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Obrigado por dar sua opinião. Nesta Igreja, devoto tem voz, afinal o Flamengo somos nós!