terça-feira, 16 de agosto de 2011

NO BARZINHO COM FLAMIGOS DE VERDADE

igCaríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

Montagem do designer Alisson Furfuro, da UAI Sites,
com base num tweet do @celoCRF

Todo jogo do Flamengo, um grupo de FLamigos, numa espécie de confraria, apelidada de Flamengo de Verdade, se reune para assisti-lo em conjunto. O encontro é considerado por eles como sendo quase tão sagrado quanto a partida em si, pela oportunidade de bebemorarem e conversarem sobre futebol. Dizem as lendas que, após um debate mais acalorado, a reunião já acabou em uma delegacia. Embora, os mais antigos jurem que o episódio terminou com todos abraçados por lá, inclusive, o delegado, que também era rubro-negro.

A organização do evento fica a cargo do Warley, que, como ponto de encontro para Figueirense x Flamengo, escolheu um bar no estilo alemão. Durante o jogo, poucos comentários. Todos estavam nervosos e atentos ao espetáculo. Até que veio o primeiro gol. Alívio, gritos, mais pedidos de chope e na comemoração alguém disse:
- Gol do Cone! Gol do Cone!
- Pois é.... Bom é o Gladiador que não fez nenhum gol desde que cometeu a heresia de não fechar com o certo.
- E Ronaldinho estava na jogada. Como sempre!
- Temos que aproveitar, não é todo dia que Léo Moura acerta um cruzamento e Deivid completa bem assim.
- Isto me lembra que temos que pedir mais um chope! - Falou Leco! 

No intervalo, Warley se disse muito satisfeito com o time e concluiu:
- Este Flamengo está f...! Deixa o adversário achar que está dominando, não se desespera, se defende bem e, no momento certo, dá o bote fatal! Mengoooo!
- Mengooooo! - bradam todos de forma uníssona, tintilando suas canecas e tulipas!
- O roteiro está bem semelhante ao jogo contra o Cruzeiro. Os caras têm a posse de bola, mas não incomodam. - comparou Allan!
- Concordo, mas o Thiago Neves não estaria se poupando ou sentindo a contusão? - perguntou Marciano!
- Está nitidamente a meia-bomba! Tem que voltar com o Botti no segundo tempo! - concluiu, Warley, com sua tradicional ênfase!
- Isto aí... Botti nele! Falou alguém, num infame trocadilho com o nome do argentino.
- Mais um chope - pediu Leco, logo sendo seguido por grande parte do grupo!

Veio o segundo tempo e, com ele, mais um gol do Deivid! Novas piadas e expectativa do cara pedir música no Fantástico.
- Foi quase olímpico do Ronaldinho! Deivid só empurrou! Nem sei se a bola iria entrar direto.
- E, o Deivid, segundo consenso geral, é o pior centro-avante do campeonato - ironizou o Walter.
- Para muitos, o Jael já deveria ser o titular deste trem, lembrou o Minerim, no mesmo tom de deboche!
- É o bem que uma sombra faz - decretou Warley!
- Aí, Leco... sombra lembra algo refrescante que, por sua vez,  lembra....
- Chope - gritaram em conjunto, chamando o garçom!

O assunto logo parou porque o Figueirense diminuiu. O Flamengo sofria seu primeiro gol desde que Airton retornou. Alguns não acreditavam! Teve gente que nem chegou a ver o lance, por ainda estar comemorando a façanha do Deivid. Gritos de impedimento foram pronunciados, seguidos de uma série de impropérios ao bandeirinha, lógico! No entanto, o replay mostrou que a jogada foi normal, regular! Angelim tentou fazer a linha de impedimento e errou. Aliás, ao longo do jogo, houve quem estranhasse o fato do "Magro de Aço" estar aparecendo muito do lado direito da nossa defesa. O mistério era: por onde andaria o Welinton?

- Está na hora deste jogo acabar - falou João Carlos, já demonstrando que o nervosismo começava a superar a confiança da galera.
- Está na hora é de novo chope. Para relaxar! - disse Leco, logo procurando o garçom!

O time recuava e o juiz começava a aparecer mais do que os jogadores. Foi o bastante para dar início ao bate-papo mais antigo do futebol: a arbitragem!
- É o que sempre digo. Não é preciso inventar penaltys ou anular gols para fazer o resultado. Basta enervar um time invertendo faltas - proclamou Warley.
- Este juiz não está deixando nossos jogadores esfriarem a partida, ignorando as faltas que estamos sofrendo. Já para o Figueirense, basta alguém cair no chão que ele marca - concordou Allan.

O jogo termina empatado, mas a discussão estava apenas começando. Agora é que a coisa iria esquentar. Após Leco pedir mais uma rodada de chope, João Carlos reclama:
- Lembro que um time no estilo Robin Hood dificilmente é campeão!
- O resultado até que não foi ruim. Não iremos vencer todos os jogos. O negócio é não perder fora. Luxa (ao demorar a substituir) e, claro, esse juiz mataram nossas chances de vitória - falou Warley.
- O empate pode não ter sido ruim, mas diante das circunstâncias.... Pensem bem, estávamos vencendo por 2 x 0! Já sobre o juiz, não falo! Deixo para os botafoguenses da mesa.

Há algo pior do ser chamado de botafoguense? Imaginem a confusão que João Carlos, autor do último comentário, arrumou com tal xingamento. O Flamengo de Verdade virou Arco-íris de Verdade. Quem reclamava do juiz era botafoguense; quem cornetava o time, mesmo com a ótima campanha, era palmeirense; quem falava besteira virava vascaíno e quem achava que não devia falar mal do juiz (ou seja, deixava que lhe passassem a mão sem reclamar) tornava-se... tricolor!

Affonso lembrou que em pleno Dia dos Pais o assunto predileto estava sendo a mãe do juiz. Gustavo se pôs contra a tese de que o juiz estivesse mal-intencionado, argumentando:
- A arbitragem é sempre ruim. No mundo todo! Ás vezes, é contra a gente, como foi o caso; em outras, a favor. Ficar falando mal parece choradeira, sim! É se apequenar! Recuso-me a falar sobre arbitragens e complôs da CBF. Um time experiente como o do Flamengo não poderia ter sido tão ingênuo. Onde já se viu tomar um cartão atrás do outro por reclamação, continuar reclamando e se esquecer do jogo? Faltou inteligência e equilíbrio.
- Pois, você acabou de falar sobre arbitragem, Gustavo! Diz que não fala só para levantar a tese de que não se deva discuti-la. É a tal história: o apolítico não estaria fazendo uma forma de política? Ora, até os velhinhos da FIFA, ao se recusarem o auxílio tecnológico, estão reconhecendo a graça de discutir arbitragem. Sua tese é furada - respondeu Affonso, na já engraçada birra cármica entre os dois amigos.
- O juiz era um FDP, que só usava regra para um lado. Mas, os jogadores notaram que ele iria amarelar todo nosso time por reclamação e continuaram reclamando? Nisto, o Gustavo está certo! - Falou Leco, pedindo nova rodada, afinal sabia que o assunto ainda iria render.
- Espero que o Luxa tenha um discurso para fora e outro interno. Ronaldinho está recebendo muitos cartões. Não dá! - emendou Gustavo
- Mas, convenhamos dos 3 cartões desta série, um foi por ter feito gol, após o juiz marcar erradamente o impedimento e outro foi este absurdo de ontem - lembrou o Walter, sempre atento aos detalhes.
- Achei cômico quando o Gaúcho foi se justificar com o Professor para não tomar uma chamada, acusado de ter forçado o cartão. O Luxa tem mesmo moral! - falou Jorge
- Vocês estão esquecendo de que ele é o capitão. Cabia a ele interpelar o juiz.

Discutiu-se então sobre o papel do capitão a forma de falar com a arbitragem e até sobre o sexo dos anjos. O importante era cada um dar seu veredicto sobre o que acontecera. Todos absolutamente convictos de que estavam cobertos de razão. O papo rolou até a noite. O chope, também! No final, qual foi a conclusão? Ninguém sabe, obviamente. Isto não importava nem um pouco. O principal era saber onde se encontrariam para assistir o jogo contra o Atlético-GO e, claro, continuarem a falar sobre o assunto que mais agradava a todos ali: o Flamengo!

Na próxima, até eu vou querer comparecer, torcendo para que nossos gols sejam mais comentados do que a atuação do juiz!

Se em um próximo jogo do Flamengo, você também vivenciar uma boa história e quiser compartilhá-la, envie para igrejaflamengo@jorgefarah.com.br
FLAmém!

PS: Artigo inspirado em um grupo de discussão por email chamado Flamengo de Verdade.
PS2: Texto publicado conjuntamente no Magia Rubro-Negra!

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