segunda-feira, 3 de maio de 2010

DESIGUAIS

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

Reverendo Arthur Muhlenberg, o teólogo-mor desta Igreja, citou Aristóteles ao falar de coragem no Urublog – A Bíblia. Já este humilde pastor, também se utilizará dos ensinamentos de um sábio, porém mais próximo. Na homilia de hoje, cito Rui Barbosa quando ele nos explicou o princípio da igualdade, afirmando que deveríamos tratar igualmente aos iguais e desigualmente aos desiguais, na medida de suas desigualdades (ao final do texto, a quem se interessar, transcrevo parte de suas palavras).

Pois bem, a badalação em cima do jogo Flamengo x Corinthians, já demonstra que ambos estão num patamar superior, devido à imensidão de suas torcidas. Ou seja, não são iguais aos demais clubes (ou religiões, como preferimos), logo merecem tratamento diferenciado por parte da mídia. Sabemos todos que o Flamengo está sozinho num patamar bem superior, mas isto é assunto para outro dia.

Adriano e Ronaldo também são desiguais em relação aos demais jogadores. A cobertura da imprensa e a própria recepção feita ao Gordo Traíra em sua passagem pelo nosso templo na última missa demonstram isto (relembrem assistindo ao vídeo no site do Kibe Loco).

E não é que o desigual Adriano, tão desigual que é até chamado de Imperador, faltou a mais um treino? Certo... “é o pacote” que compramos, como tem falado Renato Maurício Prado e como nos brindou André Monnerat, em seu excelente blog. E já respondendo sua pergunta se o pacote vale a pena, afirmo o óbvio de que no ano passado valeu e neste ano não está valendo. Mas, ressaltando que não está valendo até o presente momento, pois, felizmente, ele tem chances de mudar o quadro. É desigual para isto!

O pior que poderia acontecer era o que vinha ocorrendo nos tempos do bispo Marcos Braz, onde o dirigente parecia simplesmente “deixar pra lá”, ignorando quaisquer indisciplinas, considerando que no jogo ele resolveria, até pela falta de opções no elenco.

As desigualdades do Adriano e do Flamengo não permitem que os sumiços do craque fiquem “na moita”. Não dá para tratá-lo como aquele funcionário encostado. A mídia sempre sabe quando ele falta, até porque no Flamengo, incrivelmente, nada fica escondido (o que não deixa de ser mais um fator para mostrar a desigualdade do rubro-negro em relação aos demais).

Mas, o que fazer? Não há solução mágica! Felizmente, não sou eu que tenho que resolvê-lo, mas compartilho a opinião do Rica Perrone externada em seu site de tratá-lo como Cruyff lidava com Romário no Barça. Cometeu indisciplina? Ok! É desigual? Sim! Então, prove em campo! Só não haverá punição se fizer uma quantidade de gols equivalente à indisciplina cometida. É pelos gols que faz que possui um salário diferenciado. Tudo sempre de forma proporcional (fazendo valer o princípio da igualdade). Não defendo que devemos aceitar a indisciplina, afinal temos o exemplo de Zico, o mais desigual de todos. Entretanto, podemos até aturar um comportamento inadequado se, e somente se, o (ir)responsável continuar fazendo a diferença (ou desigualdade) nos gramados.

Já em relação ao Fofômeno, ele também é desigual. Já foi dado como morto várias vezes e ressurgiu. Mas, nem sempre! A última copa está aí para provar. Talvez, contra o Flamengo, na próxima missa, terá sua última chance de ressurgir, afinal, para os gambás, este é o título mais aguardado. Uma eventual conquista do brasileiro (quá quá quá, quase me engasguei de tanto rir) amenizaria (mas, não evitaria) a frustração da perda da Libertadores no ano do seu centenário. Portanto, convém deixarmos o Ronaldo para lá, ignorando-o, não provocando o cara nestes dias que antecedem a decisão, apenas no jogo demonstraremos nosso descontentamento à sua conduta. Mas, não é inteligente darmos ainda mais munições para um desigual se motivar.

Por falar em desigualdade, finalizo dizendo que não há como igualar Vinicius Pacheco e Pet. O primeiro é mais rápido, mas para que sua velocidade seja eficaz, precisamos dar espaço, que é o que não podemos fazer. Já Pet pode desigualar prendendo a bola no ataque, fazendo-a rolar, não com agilidade, mas com inteligência. Além de não haver outro jogador no elenco com habilidade igual a do gringo nas bolas paradas.

Mas, nada disto é regra, são apenas opiniões e sugestões. Qual é a sua? Deixe seu comentário!

Bi da Libertadores,
Eu Acredito, e você?

FLAmém!

“A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam. Nesta desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade... Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real.”
(Rui Barbosa, na Oração aos Moços).

5 comentários:

  1. Adorei seu texto, amigo querido!
    Cheio de argumentaçoes boas, inclusive citando as ideias de outros blogueiros.
    Parabéns!
    Vou recomendar!
    SRN!

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  2. Excelente texto, oops, homilia JEFF!

    Não há mais o que dizer após tão didática explanação, verdadeira aula do Catecismo Rubro-Negro; e, como tudo que é Rubro-Negro, racional do começo ao fim, sem contudo deixar de lado a nossa paixão pelo Divino Mengão.

    Portanto, faço minhas as tuas Escrituras, e tenho dito!!!

    Abraços, SRN e FLAmém!

    Ivan Pantaleão
    blog Aqui é Flamengo, Moleque!

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  3. Que na próxima quarta, os desiguais do patamar superior, façam a diferença e a felicidade de uma nação.
    Eu acredito!
    Vai pra cima deles Mengão!!
    FLAmém!!
    @DalvaFerreira

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  4. Eu também acho que não dvemos provocar o gordo, pq o cara pode usar essa provocação a seu favor. Aqui ele não rendeu, mas tem muita qualidade e pode resolver um jogo.
    Eu espero que isso não aconteça e confio muito na qualidade do nosso Imperador. E estou muito cansada dessa imprensa toda a favor da paulistada. Adriano não pode nem fazer xixi mais, que vira capa dos jornais esportivos.
    Sou mais Adriano, sou mais Flamengo!
    SRN
    www.flamengoaspirinaseurubus.blogspot.com
    www.magiarubronegra.com.br
    twitter: @NivinhaFla

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Obrigado por dar sua opinião. Nesta Igreja, devoto tem voz, afinal o Flamengo somos nós!