terça-feira, 21 de junho de 2011

NA ESCOLINHA DO PROFESSOR VANDERLEI

Caríssimos irmãos de fé rubro-negra,
Salve, Salve, FLAleluia!

Na reunião de diretoria da principal escola do país se discutiam os motivos para queda de rendimento da turma do pré-vestibular. Justamente aquela em que os desempenhos dos alunos mais chamavam a atenção da sociedade. Algo precisaria ser feito. Como de costume, a decisão foi adiada. Agir com rapidez não era algo muito habitual aos diretores dessa escola. Deste modo, optou-se pela contratação de uma consultoria para que se apontasse quais seriam as reais causas da queda de rendimento nas provas e simulados. Todos saíram da sala satisfeitos. Já teriam a desculpa pronta ("temos que aguardar a posição dos consultores") e, assim, iria parecer que estavam fazendo alguma coisa.

Foi, então, contratada a Globo Consultores Associados e Renato Maurício, consultor sênior, também chamado de abutre, foi o encarregado de chefiar os trabalhos. A diretora-geral ficou preocupada. Sabia da amizade dele com um ex-diretor-geral da escola, o Antônio Augusto. Mas, em seu estilo peculiar de querer agradar a todos, ela deixou o trabalho ser feito e colocou um homem de confiança para acompanhar os trabalhos, com a desculpa de que seria para ajudá-los na coleta de informações.

No laudo final, a consultoria apontou que a principal causa do desempenho abaixo do esperado seria por problemas de relacionamento da turma com o professor Vanderlei, que acumulava o comando do dia-a-dia da sala de aula com a coordenação do pré-vestibular.

Nova reunião de diretoria e, novamente, uma grande confusão com todos se desentendendo. Houve quem garantisse que Antônio Augusto teria tido influência no relatório só para tumultuar o ambiente. Mas, também, exisitu quem corroborasse o relatório e endossasse a dificuldade de se trabalhar com o tal professor.

- O Vanderlei é chato pra cacete e grita o tempo todo, quer fazer parecer que o mérito é sempre dele e nós estamos falando de alunos acima da média, que não aceitam este tipo de comportamento - falou um dos presentes

- Os problemas começaram quando, para não tumultuarmos o ambiente, não aceitamos a transferência do Adriano, aquele aluno que adorava promover festas após as aulas. Lembram-se? Pois, dois dos nossos principais alunos não concordaram com a nossa decisão e chegaram a pedir pelo novo colega.  Observem agora os desempenhos do Ronaldinho e do Léo. Estão muito aquém do que sabemos que eles podem render. Não temos como garantir que é uma espécie de motim, mas é bom ficarmos realmente atentos- falou um outro.

- Mas, se for isto, seria uma tremenda injustiça com o Vanderley - falou alguém - Não foi ele quem vetou. Foi a diretora-geral! Claro que ele também era contrário à vinda do Adriano, mas todos aqui sabemos muito bem que não lhe cabia tal decisão.

- Só que ele se precipitou e foi falar com os alunos sobre o veto ao Adriano. Não devia ter feito isto - falou a diretora-geral na defensiva.

- Sim, mas serviu de escudo. Não era o que nós queríamos? E, cá para nós, é uma função vital. Sem um "culpado de plantão" será o nosso desempenho que ficará exposto. Estaremos liquidados. 

- Verdade, tem muita gente de olho no meu emprego - retomou a palavra a diretora-geral.

- Mas, o passado do professor o compromete. Falta-lhe teflon! Qualquer acusação irá colar nele. Não seria melhor alguém com outro perfil?

- Quem? O Professor Joel, que a consultoria apontou como o preferido dos alunos, já acertou com a escola Cruzeiro. Além do mais não se esqueçam que no ano passado trouxemos alguém com reputação ilibada para ser o coordenador. Ele tinha sido o melhor aluno de todos os tempos desta escola. Mas, o Arthur incomodou e não tinha "jogo de cintura" para fazer "acordos". Não precisava do emprego e não aceitou fazer o papel de escudo. Ele tinha escrúpulos. Não serve! O Vanderlei, ao contrário, é extremamente vaidoso. Tem apego ao cargo. Podem caluniá-lo à vontade que ele até gostará, uma vez que estarão falando dele, mesmo que mal.

- Além disto, se o demitirmos a rescisão não será pequena. Não se esqueçam.

- Pois, eu já acho que o problema é o excesso de atividades extra-curriculares que os alunos estão envolvidos. Ainda não conquistaram nada e já querem usufruir.

A discussão seguiu acalorada. O que fazer? Não dava para trocar todos os alunos. Afastar os representantes para dar um susto na turma?  Transformar a escola num colégio interno, obrigando os alunos a dormirem por lá? Contratar inspetores para vigiar os alunos fora da escola? Demitir o Vanderley, pagando-lhe os respectivos direitos trabalhistas? Mas, trazer quem? E, se ele sair atirando como fez o Professor Ramalho na escola "Flores das Laranjeiras"? A diretoria, perdida, não sabia o que fazer. Até contratar outra consultoria foi sugerido, mas desistiram por falta de tempo hábil. Era um comando sem rumo. Porém, o vestibular estava se aproximando. A escola seria, cada vez mais, cobrada. A reunião foi encerrada sem que se chegasse a qualquer conclusão.

O que se via eram preocupações com os objetivos individuais e não com os da escola. Ninguém se preocupava com o sofrimentos das famílias dos alunos, verdadeiros interessados no sucesso da escola. Enquanto isto, o tempo passava. Entretanto, certo dia, o resultado de um simulado voltou a melhorar. A diretora-geral estranhou. O que teria acontecido? Foi até a sala do vice-diretor e lhe perguntou se ele havia feito algo. Rindo ele revelou o segredo:

- Por intermédio de um aluno mais chegado, deixei escapar que, por conta do fraco desempenho deles, um novo professor estaria a caminho - respondeu, demonstrando um traço marcante na cultura daquela escola: ninguém falava nada diretamente, as notícias eram sempre transmitidas por meio de intermediários.

- Quem seria esse professor? - perguntou-lhe a diretora-geral

- O Professor Leão!

- Cruzes! Jamais o contrataria. Ninguém aqui o aceitaria. Eles acreditaram nisto? Acharam que poderíamos mesmo contratá-lo?

- Ora, ora.... Nossa fama nos precede. Todos acham que somos capazes de fazer qualquer besteira. Até esta!  Para não arriscar terem alguém ainda mais chato e ficarem sem tempo de recuperar os pontos perdidos ao longo do ano, resolveram estudar. Chegaram a conclusão que nada é tão ruim que não possa piorar e preferiram aguentar o Vanderlei mesmo. Creio que agora poderemos ser escolhidos como a melhor escola do Brasil novamente. Pela sétima vez!
Que FLAssim seja!

FLAmém!

Atenção: Esta é uma crônica de ficção, onde verdades e mitos foram misturados. Portanto, não deve ser levada "ao pé da letra"

PS: Artigo escrito para o Magia RubroNegra.

2 comentários:

  1. Jeff,

    Muito boa a mistura do real com o lúdico, mas o fato é que essa palhaçada já está enchendo o saco.

    Confesso que estou ficando sem saco de ver os jogos desse bando. Dá nojo ver os jogos. Esses caras só agem como profissionais quando lhes é conveniente.

    Que profissionalismo é esse que “derruba” técnicos. Parecem umas crianças mimadas e criança mimada na minha época entrava na cinta (surra com cinto) e ninguém que conheço é traumatizado por causa disso.

    Por isso que jogador de futebol deveria ter um fixo pequeno e o resto receberia em decorrência de seu desempenho.

    E o pior é que vai todo mundo embora e quem vai sofrer as conseqüências é o Flamengo.

    Esses “profissionais de merda” deveriam ter comparecido à Gávea no dia 16 passado, à noite para conhecer verdadeiros profissionais. Ver o link abaixo

    http://papodecozinha2010.blogspot.com/2011/06/sao-muitas-emocoes.html#links

    Saudações.

    @Papo_de_Cozinha

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  2. Qualque semelhança é mera coincidencia, né? rsrs

    Parabéns

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Obrigado por dar sua opinião. Nesta Igreja, devoto tem voz, afinal o Flamengo somos nós!